INSS identifica fraudes em desconto e empréstimo, revela apuração

Empréstimos consignados estão gerando polêmica entre consumidores e instituições financeiras. Esses empréstimos são descontados diretamente da folha de pagamento dos aposentados e pensionistas do INSS, mas muitos clientes alegam que não autorizaram esse tipo de dívida.
Até novembro de 2023, o INSS mantinha acordos com 76 bancos que realizam esses empréstimos. Todos os anos, cresce o número de reclamações nos órgãos de defesa do consumidor. Muitos aposentados relatam que não consentiram com a contratação de empréstimos e, por isso, estão insatisfeitos com a situação.
Alguns desses bancos estão enfrentando ações judiciais. Entre as instituições citadas estão BMG, Mercantil, Pan, Safra, C6, Celetem e Olé Consignado, que respondem a queixas de clientes que afirmam ter passado por essas experiências irregulares.
Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) analisou a situação e não conseguiu encontrar ligação direta entre as instituições financeiras e as associações ou sindicatos que promovem esses descontos. Ao investigar, o TCU concluiu que a maioria das entidades associativas, que possuem acordos com o INSS para desconto de mensalidades, não está promovendo ofertas de crédito consignado que condicionem as contribuições.
De acordo com o tribunal, apenas três dessas entidades disponibilizavam serviços de crédito consignado em seus sites, e duas ofereciam isso como parte de um pacote de benefícios. Além disso, a auditoria buscou verificar se os aposentados contrataram empréstimos logo após se associarem a alguma entidade, mas apenas uma pequena parte dos casos apresentou essa correlação.
Essa situação revela a complexidade do sistema de empréstimos consignados e a necessidade de maior transparência e proteção aos consumidores, especialmente aqueles que dependem da aposentadoria para sua subsistência.