Ozempic: o que você precisa saber sobre a perda de peso na vida real?

Nos últimos anos, medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro se tornaram verdadeiros protagonistas na busca pela perda de peso. Baseados em substâncias como a semaglutida e a tirzepatida, esses tratamentos injetáveis prometeram resultados expressivos tanto para pacientes com obesidade quanto para quem convive com o diabetes tipo 2.
Mas será que, fora dos testes clínicos controlados, essas medicações entregam o mesmo desempenho? Um estudo recente da Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, trouxe novas informações sobre o efeito desses remédios na prática — e os resultados chamam a atenção.
Ao analisar dados de quase 8 mil pacientes em um ambiente real, a pesquisa revelou que diversos fatores, como interrupção precoce do tratamento e doses reduzidas, influenciam diretamente o quanto de peso é, de fato, perdido ao longo do tempo.

Por que a perda de peso na prática é menor do que nos estudos clínicos?
Nos testes clínicos, onde as condições são rigorosamente controladas, pacientes chegam a perder até 15% ou mais de seu peso corporal com o uso de semaglutida ou tirzepatida.
Porém, no mundo real, os números são mais modestos. Segundo o estudo, muitos pacientes não conseguem manter o tratamento contínuo ou acabam utilizando doses inferiores às indicadas.
Mais de 20% dos pacientes analisados interromperam o uso desses medicamentos ainda nos três primeiros meses. Outros 32% pararam entre 3 e 12 meses. Apenas quem conseguiu manter o tratamento por mais tempo e em doses mais altas obteve resultados próximos aos alcançados nos ensaios clínicos.
Em média, quem abandonou o tratamento cedo perdeu apenas 3,6% do peso corporal. Já aqueles que permaneceram por um período maior perderam 6,8%. Os melhores resultados ficaram com quem seguiu o tratamento corretamente: perdas de 13,7% com semaglutida e 18% com tirzepatida.
Doses mais baixas e problemas de acesso atrapalham os resultados
Um dos grandes desafios enfrentados por quem busca esse tipo de tratamento está no acesso aos medicamentos e na manutenção das doses ideais. Mais de 80% dos pacientes do estudo estavam utilizando doses consideradas baixas: até 1 mg de semaglutida e 7,5 mg de tirzepatida.
Vários fatores explicam essa dificuldade: o custo elevado das medicações, problemas com planos de saúde, efeitos colaterais e até mesmo a escassez dos produtos no mercado. Tudo isso leva muitos pacientes a interromperem o tratamento antes de atingir o melhor resultado possível.
Esses obstáculos mostram como, apesar do grande potencial, a adesão ao tratamento ainda é um desafio importante a ser superado para que os pacientes consigam aproveitar todos os benefícios.
Controle glicêmico também melhora com o uso contínuo
Além da perda de peso, a pesquisa também avaliou o impacto desses medicamentos no controle dos níveis de açúcar no sangue, principalmente em pessoas com pré-diabetes — condição que pode evoluir para o diabetes tipo 2.
Entre os pacientes que mantiveram o tratamento, quase 68% conseguiram normalizar seus níveis de glicose. Já entre aqueles que interromperam precocemente, apenas 33% alcançaram esse resultado. Ou seja, quanto mais tempo o paciente permanece em tratamento, maiores são as chances de evitar a progressão da doença.
Esses dados reforçam que a continuidade e a dose adequada são fundamentais não só para emagrecer, mas também para prevenir complicações de saúde a longo prazo.
Persistência é o segredo para alcançar os melhores resultados
A grande lição que o estudo deixa é clara: os medicamentos como Ozempic e Mounjaro funcionam, sim — mas exigem disciplina, acesso contínuo e acompanhamento médico próximo. A interrupção precoce e o uso de doses baixas reduzem significativamente os benefícios esperados.
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Por isso, quem considera iniciar esse tipo de tratamento precisa avaliar bem sua situação financeira, as possibilidades de manter o tratamento a longo prazo e buscar sempre orientação médica especializada. Afinal, perder peso de forma saudável é um processo que exige não apenas o remédio certo, mas também persistência e cuidados contínuos.