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Dor no estômago pode ser gastrite? Dr. Thiago Tredicci alerta

Dor no estômago pode ser gastrite, mas nem toda dor indica isso. A inflamação da mucosa costuma causar queimação, náusea, arrotos e sensação de peso após comer, sendo favorecida por café, álcool, fritura, jejum e uso de anti-inflamatórios.

O Dr. Thiago Tredicci alerta que apenas a dor não confirma diagnóstico e que se automedicar pode mascarar sinais importantes. O ideal é observar os padrões e procurar avaliação médica quando os sintomas persistem.

Sinais que sugerem gastrite

Nem todo incômodo é igual. Estes sinais costumam aparecer em quem tem gastrite e ajudam a diferenciar de outras causas de dor abdominal.

  • Queimação na parte alta do abdômen, logo abaixo das costelas.
  • Desconforto que piora após café, álcool, pimenta, frituras ou jejum.
  • Sensação de estômago cheio cedo, mesmo comendo pouco.
  • Náusea, arrotos frequentes e gosto amargo na boca.
  • Dor que melhora um pouco ao comer e volta horas depois.

Algumas pessoas relatam piora em momentos de estresse, noites mal dormidas e horários irregulares de alimentação. Ajustar a rotina e manter horários mais estáveis costuma reduzir crises.

Outras causas de dor no estômago

O especialista em cirurgia do aparelho digestivo, Dr. Thiago Tredicci, disse que dor na região do estômago nem sempre nasce no estômago. Refluxo pode causar queimação que sobe para o peito e sensação de ácido na garganta. Úlcera pode dar dor em pontada e sensibilidade à palpação.

Pedra na vesícula costuma doer do lado direito, após refeições gordurosas, e pode vir com náusea intensa. Pancreatite provoca dor forte que irradia para as costas e mal-estar importante.

Gases e distensão intestinal causam inchaço e cólicas que mudam de lugar. Ansiedade e tensão muscular também geram aperto na parte alta do abdômen.

Sintomas no peito com falta de ar ou dor que se espalha para ombro, costas ou braço exigem avaliação urgente. É melhor descartar causas cardíacas do que tratar uma dor como gastrite e perder tempo valioso.

Como o diagnóstico é feito

O diagnóstico começa pela conversa e pelo exame físico. O médico pergunta quando a dor começou, o que piora, o que alivia, como está a alimentação e quais remédios você usa. Testes complementares podem ser solicitados. Os mais comuns são:

  • Endoscopia digestiva alta, que permite ver a mucosa do estômago e do esôfago e coletar biópsias se necessário.
  • Teste para H. pylori, feito por sopro, fezes ou biópsia. A bactéria é frequente e tem tratamento.
  • Exames de sangue, quando há suspeita de anemia, inflamação ou perda de sangue.
  • Ultrassom abdominal, útil quando se pensa em vesícula ou fígado.

Os exames são escolhidos caso a caso. Pessoas jovens, com sintomas leves e sem sinais de alarme podem iniciar medidas clínicas e fazer testes simples primeiro. Quem tem fatores de risco ou sintomas persistentes tende a se beneficiar de investigação mais completa.

Tratamento e cuidados

O tratamento depende da causa. Se houver H. pylori, usa-se combinação de antibióticos prescritos por tempo definido.

Antissecretores, como inibidores de bomba de prótons, reduzem a acidez e permitem cicatrização da mucosa. Antiácidos podem aliviar episódios pontuais. Em algumas situações o médico indica protetores de mucosa, como sucralfato.

Ajustes de hábitos fazem diferença real: evitar longos períodos em jejum, mastigar com calma, reduzir álcool, parar de fumar, dormir melhor e gerenciar o estresse. Atividade física leve e regular ajuda o intestino e melhora a sensação de bem-estar.

Para quem tem crises repetidas, vale criar uma estratégia pessoal. Mantenha uma lista de alimentos que provocam desconforto, organize horários de refeição e tenha opções mais leves à mão, como frutas pouco ácidas, iogurte sem açúcar e sopas claras.

Chá morno sem cafeína pode acalmar. Temperos suaves, como manjericão e orégano, tendem a ser mais bem tolerados que pimenta forte.

Quando procurar ajuda

Marque consulta se a dor no estômago dura mais de alguns dias, se retorna toda semana ou se a alimentação está ficando limitada por medo de sentir dor.

Procure atendimento no mesmo dia se houver vômito persistente, sangue no vômito, fezes escuras, febre, dor intensa que não cede, desmaio, pele amarelada ou perda rápida de peso.

Quem tem uso contínuo de anti-inflamatório, anticoagulante ou corticoide deve conversar com o médico sobre proteção gástrica.

Checklist rápido para a sua próxima consulta

  • Quando a dor começou e com que frequência aparece.
  • Alimentos ou bebidas que pioram o desconforto.
  • Remédios em uso, inclusive fitoterápicos e chás.
  • Sintomas associados, como náusea, azia, vômitos, perda de peso.
  • Histórico de úlcera, gastrite, refluxo ou H. pylori na família.

O Dr. Thiago Tredicci deixa um recado simples. Dor no estômago pode ser gastrite, porém cada pessoa tem uma história. Observar sinais, evitar remédios por conta e buscar avaliação quando algo foge do padrão é o caminho mais seguro.

Com diagnóstico correto, tratamento adequado e ajustes práticos na rotina, a grande maioria das pessoas volta a comer sem medo e retoma o dia a dia com conforto.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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