Neste domingo, 6 de agosto, o bairro da Guabiraba, localizado na zona norte do Recife, será palco da estreia do documentário “Ewê ô! A cura pelas folhas”. A sessão acontece às 11 horas no terreiro Ilê Obá Xangô Aganju-Ayrá, na rua Travessa Chalé, nº 7600. O evento é gratuito e aberto ao público, convidando todos a participarem.
O filme, com 22 minutos de duração, explora os saberes ancestrais do candomblé nagô, com um foco especial nas plantas e ervas medicinais, que são símbolos importantes de resistência e cura. O babalorixá José Amaro, protagonista do documentário, leva os espectadores por uma jornada que destaca a importância das folhas sagradas e suas propriedades medicinais. Um dos ensinamentos que orienta o filme é a frase iorubá “kò sí ewé, kò sí òrìsà”, que significa “sem folhas, não há orixá”. Essa afirmação reflete a ligação entre a espiritualidade e a natureza no contexto do candomblé.
Após a exibição, haverá uma roda de conversa com membros do terreiro e José Amaro, permitindo que o público faça perguntas e aprofunde a discussão sobre o tema. O documentário também busca estabelecer um diálogo entre a medicina tradicional e a ciência contemporânea, reconhecendo a eficácia do conhecimento ancestral herdado dos povos indígenas e africanos.
Além disso, o filme presta homenagem a Mãe Betinha, uma yalorixá marcante do Ilê de Iemanjá Sabá, que foi mentora de Pai Amaro e uma figura essencial na transmissão dos saberes sagrados.
José Amaro, que é professor aposentado do departamento de Música da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), tem contribuído não apenas para a preservação da cultura nagô através da oralidade, mas também através de publicações acadêmicas e agora com este projeto audiovisual. A produção contou com apoio financeiro de recursos públicos, obtidos através da Lei Paulo Gustavo, com a colaboração da Secretaria de Cultura de Pernambuco.
A estreia do filme também representa o lançamento de um canal no YouTube que irá hospedar a obra, permitindo que os conhecimentos abordados na obra sejam compartilhados com um público maior. No entanto, o filme estará disponível na plataforma apenas após sua participação em mostras e festivais, realizados ao longo dos próximos meses. Há uma sessão programada para agosto no cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).
