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Exposição de arte indígena é inaugurada em Petrópolis, RJ

Exposição “Insurgências Indígenas: Arte, Memória e Resistência” é inaugurada em Petrópolis

A cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, recebe a exposição “Insurgências Indígenas: Arte, Memória e Resistência”, que ficará aberta ao público até fevereiro do ano que vem. A mostra reúne 250 obras de 54 artistas indígenas de diferentes etnias do Brasil, incluindo povos como Tukano, Desana, Tikuna, Mbya Garani, Xavante, Karapotó, Tupinambá e Palikur-Arukwayene.

A ideia de montar esta exposição foi de Marcelo Campos, curador, e Sandra Benites, antropóloga e membro da etnia Guarani. Eles pensaram em diversas etapas até chegarem ao evento final, onde diversas formas de arte, como pinturas, esculturas, fotografias e instalações, refletem as identidades e memórias dos povos indígenas.

Na abertura da exposição, artistas e organizadores convidaram o público a olhar para os povos indígenas sob uma nova perspectiva, destacando a importância da arte na construção dessa imagem.

A curadora Sandra Benites enfatizou que a exposição é uma forma de reafirmar o direito à existência dos povos indígenas em sua diversidade. Segundo ela, nos últimos 525 anos, as culturas indígenas têm lutado por reconhecimento e espaço na sociedade, e agora é hora de dialogar, utilizando a arte como um meio de comunicação.

Ela também compartilhou que os encontros preliminares chamados Tata Ypy, que significa “a origem do fogo” em Guarani, começaram em maio. Esses encontros funcionaram como rodas de conversa para compartilhar saberes ancestrais e refletir sobre a identidade indígena no Brasil contemporâneo. “Cada fogueira representa um espaço de troca de saberes, preservação da memória oral e afirmação da resistência cultural”, explica Benites.

O curador Marcelo Campos comentou que a diversidade da arte indígena precisa de um espaço para se unir e ser apreciada. Ele destacou que a exposição amplia a visibilidade da produção artística indígena e relaciona diferentes contextos, abordando temas como gênero, direitos territoriais, memória e a luta contra o apagamento cultural.

Durante a abertura, o artista guarani Xadalu Tupã Jekupé, conhecido por suas obras de arte urbana, apresentou suas reflexões sobre a vida nas aldeias e o contraste com a cultura ocidental. Xadalu iniciou seu trabalho nos anos 2000, trazendo problemas das comunidades indígenas para sua arte e agora busca ocupar espaços e dar voz à sua narrativa.

Outro artista presente foi Rodrigo Duarte, do Amazonas, que atua como assistente de curadoria. Ele participou da construção da linguagem e produção da exposição, ressaltando que seu trabalho reflete a luta política e poética dos povos indígenas através da arte.

Visitantes como a arquiteta Teka Mesquita destacaram o impacto da exposição, afirmando que a experiência foi enriquecedora e essencial para entender a cultura indígena como parte das raízes do Brasil.

A exposição “Insurgências Indígenas” é uma oportunidade única para conhecer a rica diversidade cultural dos povos indígenas do Brasil e suas lutas ao longo da história.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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