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Protestos no Nepal: cinco perguntas para entender a situação

O Exército do Nepal está patrulhando as ruas de Katmandu após uma série de protestos que se tornaram a maior onda de manifestações no país em décadas. A situação se agravou com a renúncia do primeiro-ministro Khadga Prasad Oli, que ocorreu após ataques a sua residência e a prédios governamentais por parte dos manifestantes. Nas últimas 48 horas, 30 pessoas perderam a vida e mais de mil ficaram feridas devido aos conflitos.

Os protestos, liderados em grande parte por jovens da geração Z, começaram como uma reação à decisão do governo de banir 26 plataformas de redes sociais, entre elas WhatsApp, Instagram e Facebook. As redes sociais são muito utilizadas no Nepal, e a proibição foi vista por muitos como uma tentativa do governo de silenciar as críticas e a luta contra a corrupção, um tema muito presente nas manifestações. Embora a proibição tenha sido revogada, o descontentamento da população em relação à classe política permaneceu.

Nesta quarta-feira, o aeroporto de Katmandu foi reaberto e, apesar do toque de recolher ainda em vigor, a maioria dos cidadãos respeitou as restrições. O toque de recolher foi estabelecido como uma medida de segurança, com o Exército advertindo que qualquer ato de vandalismo será severamente punido. Até o momento, 27 pessoas foram detidas por crimes como saque e violência, enquanto 31 armas de fogo foram apreendidas.

Embora os jovens líderes dos protestos tenham ressaltado que não estão envolvidos em atividades de destruição, outros grupos têm sido acusados de explorar a situação para promover a violência. A tensão aumentou significativamente após a morte de manifestantes em confrontos com a polícia, levando a uma escalada da violência e à destruição de propriedades, incluindo a sede do Partido do Congresso Nepalês, que faz parte da coalizão governamental, e o prédio do parlamento.

O clima em Katmandu está instável, com os manifestantes expressando frustração com a desigualdade entre a elite política e a população em geral. Os slogans como “nepo baby” e “nepo kids” têm sido utilizados para questionar os privilégios da classe política, especialmente após a divulgação de vídeos que mostram o estilo de vida luxuoso dos filhos dos políticos.

Após dois dias de violência, a situação permanece tensa, mas há um esforço para controlar os atos de vandalismo. O Exército está em contato com representantes dos manifestantes em busca de uma solução pacífica. Muitas pessoas ainda estão saindo às ruas, ajudando a limpar os danos e expressando a esperança de um futuro melhor.

Com a saída do primeiro-ministro, o país enfrenta um vácuo de liderança. Não está claro quem assumirá o cargo, e a situação política é confusa, com outros ministros também entregando os cargos. Atualmente, o presidente Ram Chandra Poudel, de centro-esquerda, é a figura no comando, mas muitos manifestantes exigem uma nova liderança que não esteja atrelada a partidos políticos tradicionais.

As demandas da geração Z incluem um governo que promova a transparência e a justiça. Eles afirmam que desejam uma mudança real no País, cobrando ações contra a corrupção e melhorias na governança.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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