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Rússia adverte sobre consequências graves se a Ucrânia avançar

Um assessor do presidente russo, Vladimir Putin, trouxe à tona novamente a possibilidade do uso de armas nucleares, caso a Ucrânia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) tentem recuperar áreas que estão sob controle russo. A declaração foi feita nesta segunda-feira (9) por Vladimir Medinsky, que representa Moscou nas negociações de paz com a Ucrânia.

Medinsky afirmou que não existe espaço para soluções temporárias no atual conflito. Segundo ele, tentar congelar a situação sem um tratado sólido poderá levar a uma repercussão negativa, semelhante ao que ocorreu na região do Carabaque, onde há um histórico de disputas entre Armênia e Azerbaijão. Ele ressaltou a importância de um acordo de paz duradouro e não apenas um cessar-fogo.

Durante sua fala, Medinsky destacou que uma nova ofensiva da Ucrânia, apoiada pela Otan, para retomar os territórios seria catastrófica e poderia até resultar em uma guerra nuclear. Essa visão reforça a posição do governo russo, que considera a expansão da Otan para perto de suas fronteiras uma ameaça direta à segurança nacional. O tenso relacionamento entre a Rússia e a aliança militar ocidental se intensificou desde a anexação da Crimeia em 2014 e a invasão da Ucrânia no início de 2022.

Em resposta, a Otan afirma que suas atividades militares na Europa Oriental têm caráter defensivo. Os países da região afirmam que decidiram aderir à aliança para se proteger contra a política externa da Rússia.

Em relação às exigências para um possível acordo de paz, Medinsky não entrou em detalhes sobre o que denomina como uma “paz verdadeira”. No entanto, ele deixou claro que a Rússia não está disposta a abrir mão de seus principais objetivos, que incluem a formalização da posse de aproximadamente 20% do território ucraniano que está sob controle russo e a garantia de que a Ucrânia não se junte à Otan.

Apesar da tensão nas declarações, os dois países realizaram uma nova rodada de troca de prisioneiros nesta segunda-feira. O número exato de militares libertados ainda não foi informado, mas Medinsky mencionou que uma lista com 640 nomes foi enviada para a Ucrânia no fim de semana. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou o início do processo de troca, que será feito em várias etapas nos próximos dias.

O conflito entre Rússia e Ucrânia já se estende por mais de dois anos, tendo como uma de suas raízes a aproximação da Ucrânia com países ocidentais e sua possível adesão à Otan. A resposta da Rússia a essa aproximação foi caracterizada por uma ocupação territorial agressiva e declarações firmes contra a integração da Ucrânia em alianças militares ocidentais. As ameaças mais recentes foram um sinal claro do impasse nas negociações, indicando que qualquer progresso para um acordo dependerá, em grande parte, da aceitação pela Ucrânia de condições que são vistas como inaceitáveis por Kiev e seus aliados.

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Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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