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O ‘assassinato’ da sua embreagem e o culpado é seu pé esquerdo

É um reflexo, um vício, uma “mania” de motorista experiente. No trânsito caótico da cidade, depois de trocar de marcha, seu pé esquerdo, em vez de ir para o descanso, repousa suavemente sobre o pedal da embreagem. Fica ali, “pronto para a próxima troca”, te dando uma sensação de controle e de conforto.

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Você faz isso há anos, talvez décadas, e nunca pensou que pudesse haver algum mal nisso. Mas, um dia, os sintomas começam a aparecer. O carro trepida ao arrancar, as marchas arranham para entrar, o pedal fica pesado.

Você leva ao mecânico e recebe o diagnóstico que é um soco no estômago: “sua embreagem já era”. O prejuízo é de centenas, talvez milhares de reais. E você não entende o porquê. “Mas eu dirijo tão bem!”, você pensa.

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E se eu te dissesse que o assassino da sua embreagem não foi o tempo, nem a qualidade da peça, mas sim esse seu hábito, que parece tão inofensivo?

E que, ao descansar o pé esquerdo ali, você estava, na verdade, lentamente torturando e cozinhando o coração do sistema de transmissão do seu carro?

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A ‘tortura’ do atrito: o que acontece dentro do câmbio quando você descansa o pé

O pedal da embreagem não é um apoio para os pés. E ele também não é um botão de “liga/desliga”. Mesmo uma pressão muito leve, quase imperceptível, já é suficiente para afastar um pouco o disco de embreagem do platô. Isso cria um atrito constante entre as peças.

Na prática, é como se você estivesse passando uma lixa fina no seu disco de embreagem durante todo o tempo em que está dirigindo. O resultado dessa tortura silenciosa é:

  • Desgaste acelerado do disco de embreagem.
  • Superaquecimento de todo o conjunto.
  • Desgaste prematuro do rolamento (rolamento de encosto).
  • Em carros com sistema hidráulico, pode até causar micro vazamentos no cilindro.

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A ‘pena’ de 40%: o dado que prova o estrago (e o erro da ladeira)

Isso não é achismo de mecânico. É um fato comprovado. De acordo com dados da SAE International, a Sociedade de Engenheiros Automotivos, maus hábitos de condução podem reduzir a vida útil da embreagem e de outros componentes do câmbio em até 40%.

Isso significa que você está, literalmente, jogando seu dinheiro fora e antecipando uma visita caríssima à oficina. E esse “crime” tem um irmão gêmeo igualmente perigoso: o hábito de segurar o carro em uma subida usando o ponto da embreagem.

Essa prática “frita” o disco em segundos e deve ser substituída pelo uso correto do freio de mão.

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O ‘manual da absolvição’: o hábito de 2 segundos que salva sua embreagem

A boa notícia é que se livrar desse “crime” e garantir a “absolvição” da sua embreagem é absurdamente simples. Exige apenas a criação de um novo hábito, uma pequena mudança que leva 2 segundos.

  • A Regra de Ouro: Toda vez que você terminar de trocar de marcha, tire completamente o pé esquerdo do pedal da embreagem e o coloque no descanso, aquele apoio que fica ao lado do pedal. Ele foi projetado para isso.
  • No Semáforo: Parou no sinal vermelho ou em um congestionamento? Coloque o carro em ponto morto e tire o pé da embreagem. Pisar no pedal por longos períodos também desgasta o sistema.

Ao adotar essas práticas simples, você não apenas economiza um bom dinheiro com manutenção, mas também garante a sua segurança e a de todos no trânsito.

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Rodrigo Campos

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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