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Última Honda que custa R$ 10 mil e faz 50 km por litro

Falar de moto de trabalho no Brasil é falar de um nome: Honda CG 125. Ela é mais do que uma moto; é uma instituição, um verdadeiro “tanque de guerra” sobre duas rodas. Por décadas, ela construiu uma reputação lendária de ser indestrutível, a moto que “não morre nunca”, que aguenta o tranco do dia a dia, mesmo nas mãos dos donos mais descuidados.

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E o coração dessa lenda, o segredo dessa força, sempre foi atribuído ao seu famoso e robusto motor “varetado”.

Muitos motociclistas, ao procurar uma CG 125 usada, como um modelo 2015 na faixa dos R$ 10 mil, buscam exatamente essa tecnologia, essa garantia de que estão comprando o motor “inquebrável”.

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Mas, e se eu te dissesse que o motor que você tanto procura, o coração dessa lenda, não existe mais em nenhuma moto fabricada nos últimos 15 anos?

E que a CG 125 Fan 2015 que você está namorando tem um motor completamente diferente do que a tornou famosa? Prepare-se, pois a fama do “motor varetado” é um “fantasma” que continua assombrando, para o bem, as novas gerações da moto mais vendida do Brasil.

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O ‘motor de guerra’ OHV: a lenda criada para o ‘desleixo’ brasileiro

A história do motor “varetado” (cujo nome técnico é OHV) é uma aula de engenharia e adaptação ao mercado. Quando a Honda chegou ao Brasil nos anos 70, seus engenheiros perceberam um hábito perigoso do motociclista brasileiro: a negligência com a troca de óleo.

Os motores mais modernos da época, com comando de válvulas no cabeçote (OHC), não aguentavam esse tipo de abuso e quebravam com facilidade. A solução da Honda foi genial. Em vez de tentar mudar o hábito do brasileiro, ela mudou o motor.

Criou um motor OHV, mais simples, com menos peças móveis e extremamente robusto, projetado especificamente para tolerar a falta de manutenção. Esse motor, que equipou a CG 125 de 1976 até 2008, foi o responsável por criar a lenda da moto “inquebrável”.

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O fim da ‘vareta’: a mudança de motor em 2009 que ninguém percebeu

O que a maioria das pessoas não sabe é que, em 2009, a era do motor varetado chegou ao fim. Para se adequar às novas e mais rigorosas leis de emissão de poluentes (PROMOT 3), a Honda foi obrigada a aposentar seu velho e confiável guerreiro.

No lugar, ela introduziu um motor de 125cc mais moderno e eficiente, com comando OHC. Portanto, anote aí: nenhuma Honda CG 125, seja Fan, Titan ou Cargo, fabricada de 2009 em diante, tem motor varetado.

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Mas e a moto de R$ 10 mil? Por que a CG 2015 ainda é a melhor compra?

Se a CG 125 Fan 2015, que hoje custa cerca de R$ 10 mil, não tem o lendário motor varetado, ela ainda é uma boa compra? A resposta é um sonoro sim. E por um motivo fascinante:

  • A Fama que Ficou: A reputação de “indestrutível” do motor antigo era tão poderosa que ela se transferiu para as novas gerações. E, felizmente, o novo motor OHC, apesar de mais moderno, também se provou extremamente confiável e durável, mantendo o espírito de “tanque de guerra” da moto.
  • Economia e Manutenção (Os Números): A CG 125 Fan 2015 herdou e até melhorou as melhores qualidades de sua antecessora.
    • Consumo: Com a injeção eletrônica (que chegou em 2016), ela pode facilmente passar dos 50 km/l.
    • Manutenção: Continua tendo a manutenção mais barata do Brasil, com uma cesta de peças de 20% a 25% mais em conta que a de suas principais concorrentes.

No fim das contas, o “fantasma” do motor varetado continua ajudando a vender suas sucessoras. E, mesmo sem ter o coração original da lenda, a CG 125 Fan de 2015 continua sendo, de longe, a escolha mais inteligente e segura para quem busca uma guerreira para o trabalho na faixa dos R$ 10 mil.

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Rodrigo Campos

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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