Sonho do carro elétrico acaba de ficar mais caro e a culpa é sua

Se você estava sonhando em colocar um carro elétrico ou híbrido na garagem, é melhor correr. A partir de hoje, terça-feira, 1º de julho, o sonho ficou oficialmente mais caro. O governo acaba de dar mais um passo em uma medida que, embora pareça ruim para o seu bolso no curto prazo, esconde uma estratégia audaciosa que pode mudar para sempre a indústria de veículos no Brasil. E sim, de certa forma, a “culpa” é sua e de todos que abraçaram a eletrificação.
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O fato é que o imposto de importação para carros elétricos e híbridos subiu novamente. Essa não é uma decisão repentina, mas sim mais uma etapa de um plano de aumento gradual que vai até 2026.
A invasão de modelos importados, principalmente os chineses, foi tão avassaladora que o governo precisou pisar no freio. Contudo, o objetivo final não é apenas arrecadar mais, mas forçar uma verdadeira revolução industrial em nosso quintal.
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A medida cria um paradoxo: encarece os carros que se tornaram o objeto de desejo de muitos brasileiros, mas, ao mesmo tempo, acelera a chegada de fábricas e a produção nacional.
Estamos em um ponto de virada. Mas o que muda na prática a partir de agora e como as gigantes chinesas estão reagindo a essa pressão?
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As novas facadas no preço: os números do imposto
A nova tabela de imposto de importação, que entra em vigor hoje, aperta o cerco contra os modelos que vêm de fora.
O aumento é significativo e varia conforme o tipo de tecnologia do veículo, como parte do cronograma estabelecido pelo Comitê Executivo de Gestão da Camex.
- Carros híbridos (HEV): A alíquota sobe de 15% para 25%.
- Híbridos plug-in (PHEV): O imposto salta de 12% para 28%.
- Carros 100% elétricos (BEV): O aumento é de 10% para 25%.
Essa escalada continuará até julho de 2026, quando todos os carros eletrificados importados serão taxados em pesados 35%. O recado é claro: ou as marcas produzem aqui, ou pagarão o preço.
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A estratégia: forçar as gigantes a construírem fábricas no Brasil
O governo não está sendo vilão à toa. A explosão de vendas de carros eletrificados no Brasil foi quase que inteiramente dominada por marcas importadas. Segundo dados recentes da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), as montadoras chinesas, como BYD e GWM, abocanharam uma fatia esmagadora do mercado.
A medida protecionista, portanto, tem um alvo claro: transformar o Brasil de um mero consumidor em um polo de produção de veículos elétricos.
A ideia é simples: se o custo para importar se tornar proibitivo, as empresas serão forçadas a investir em fábricas locais, gerando empregos e desenvolvendo a tecnologia nacional.
A corrida contra o tempo: BYD e GWM aceleram produção nacional
E a estratégia parece estar funcionando. As gigantes chinesas não ficaram paradas esperando o imposto subir. Elas estão em uma verdadeira corrida contra o relógio para nacionalizar sua produção e fugir da taxação.
- BYD: A líder de mercado está a todo vapor na construção de seu complexo industrial em Camaçari (BA), na antiga planta da Ford. A expectativa é que a produção de modelos como o Dolphin e o Song Plus comece ainda em 2025, o que pode estabilizar os preços e até torná-los mais competitivos.
- GWM (Great Wall Motors): A outra gigante chinesa já está em fase de pré-produção de seus veículos na fábrica de Iracemápolis (SP), que pertencia à Mercedes-Benz. O lançamento de seus primeiros modelos nacionais, incluindo híbridos, está previsto para os próximos meses.
Portanto, o aumento de preços de hoje é um remédio amargo, mas que pode gerar um efeito colateral muito positivo: um futuro próximo com carros elétricos e híbridos feitos no Brasil, por brasileiros e, espera-se, com preços mais acessíveis para todos.
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