Belém – A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, destacou, em declaração feita nesta quinta-feira (13), que a 30ª Conferência das Partes sobre Mudança do Clima, conhecida como COP30, trouxe a temática indígena para o centro das discussões globais sobre meio ambiente. Segundo a ministra, um dos legados da conferência é o reconhecimento da importância dos territórios indígenas, quilombolas e de outras comunidades tradicionais nas soluções para a crise climática.
Ela enfatizou a necessidade urgente de regularização da posse de terra para essas comunidades, argumentando que isso é essencial para enfrentar os desafios climáticos. Guajajara ressaltou que é importante que sejam tomadas decisões concretas para assegurar o financiamento adequado para as ações necessárias em diferentes territórios.
A ministra também se referiu à COP30 como a “COP da democracia”, destacando que o evento permitiu a participação de pessoas de diversas culturas, incluindo mulheres e juventude. Ela comentou que os territórios indígenas devem ser reconhecidos como parte das estratégias de mitigação das mudanças climáticas e que as comunidades que dependem da terra devem ser protegidas e ter suas vozes ouvidas durante as tratativas.
No que diz respeito à presença indígena no evento, Sônia Guajajara afirmou que aproximadamente 900 indígenas estão credenciados para participar das discussões, com 360 representantes do Brasil entre os 3,4 mil indígenas confirmados para a aldeia COP. Essa ampla participação demonstra o engajamento das comunidades indígenas nas negociações.
Outro ponto ressaltado pela ministra é a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que visa garantir financiamentos para povos indígenas e comunidades que habitam florestas tropicais. A ideia é que países que preservam essas florestas sejam recompensados financeiramente, e que uma parte dos recursos seja destinada às populações locais e indígenas, promovendo assim um novo modelo de financiamento climático.
Com esses avanços, Sônia Guajajara expressou esperança de que as questões indígenas ganhem cada vez mais destaque nas discussões não apenas na COP30, mas em futuras iniciativas globais voltadas para a proteção do meio ambiente.
