Rússia indica guerra nuclear se suas demandas não forem atendidas

O assessor do presidente russo, Vladimir Putin, Vladimir Medinsky, que lidera as negociações de paz com a Ucrânia, fez declarações alarmantes sobre a possibilidade de uma “guerra nuclear”. Ele afirmou que a Rússia tomaria essa medida drástica se a Ucrânia e seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) tentassem recuperar os territórios que estão sob controle russo. As informações foram divulgadas pela agência de notícias estatal Tass no dia 9 de outubro.
Medinsky destacou que, se o conflito não se resolvesse com um acordo real e permanecesse em uma espécie de trégua, a situação poderia se arrastar, como ocorreu em disputas entre a Armênia e o Azerbaijão. Ele advertiu que a Ucrânia, ao se unir à OTAN, tentaria reconquistar os territórios, o que, segundo ele, levaria a uma escalada catastrófica no conflito.
Apesar de suas declarações, Medinsky disse que a Rússia não deseja “criar uma desculpa” para uma guerra nuclear. Ele comentou que o país está em busca de uma paz definitiva que reconheça os novos territórios ocupados.
Desde o início do conflito em fevereiro de 2022, Putin tem imposto condições para encerrar a guerra. Dentre elas, ele exige que os líderes ocidentais assinem um compromisso formal para parar a expansão da OTAN em direção ao leste europeu e que algumas sanções contra a Rússia sejam suspensas.
Na última semana, durante conversas em Turquia, a Rússia apresentou um memorando de paz que reivindica a permanência sob seu controle das regiões que ocupa, as quais correspondem a 20% do território da Ucrânia. Essa proposta foi rejeitada pela Ucrânia, que considera a exigência inaceitável. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que o que a Rússia propôs não pode ser chamado de memorando de entendimento, já que é uma demanda unilateral e se assemelha mais a um ultimato.
Apesar das tensões nas conversações, Ucrânia e Rússia concordaram em realizar uma troca de prisioneiros, que foi finalizada no dia 9 de outubro. Embora o número de prisioneiros que foram trocados não tenha sido divulgado, a Rússia informou que o mesmo número foi libertado de ambas as partes. Zelensky anunciou que novas trocas ocorreriam nos próximos dias e ressaltou que uma lista de 640 prisioneiros de guerra havia sido enviada à Ucrânia.