Na abertura da Bienal do Livro, realizada no Riocentro, a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie foi uma das principais atrações da noite. Sua palestra, muito aguardada pelo público, começou com mais de 45 minutos de atraso, o que gerou expectativa e animação entre os presentes.
Antes de Chimamanda subir ao palco, a atriz Taís Araujo, que estava responsável pela mediação do evento, entrou em cena vestida de branco e com o cabelo preso. Ela expressou sua emoção e honra em conversar com uma autora reconhecida mundialmente. No entanto, a palestra enfrentou algumas dificuldades, especialmente com a questão da tradução. Como houve problemas com o sistema de tradução previsto, Taís se viu obrigada a traduzir as respostas de Chimamanda ao público em tempo real.
Durante a conversa, a situação ficou descontraída quando Taís, com bom humor, brincou com o público enquanto se movia pelo palco. A presença de Conceição Evaristo, autora e amiga, na primeira fila também gerou aplausos entusiasmados. Chimamanda dirigiu algumas palavras de reconhecimento a Taís, destacando a importância da presença de mulheres negras que rompem barreiras.
A escritora enfatizou que para ela, escrever não é apenas uma carreira, mas uma vocação. Ela compartilhou que se sente privilegiada em ser lida e que, mesmo sem um público, continuaria escrevendo. Durante a palestra, Chimamanda também falou sobre a importância das comunidades de leitura formadas por mulheres e fez uma provocação sobre a necessidade dos homens lerem mais, o que fez o público feminino rir.
Chimamanda é autora de obras reconhecidas, como “Meio-Sol Amarelo”, “No Seu Pescoço” e “Americanah”, além de ter se destacado com uma palestra na plataforma TED sobre “os perigos de uma história única”. Recentemente, ela lançou “A Contagem dos Sonhos”, um romance que narra a vida de quatro amigas e aborda temas como amizade, imigração e identidades diversas.
A abertura do evento foi marcada por contratempos, incluindo o atraso da palestra devido ao trânsito, causado por um acidente. Na coletiva de imprensa antes do evento, Chimamanda também enfrentou desafios com a tradução, mas respondeu com atenção às perguntas, refletindo sobre a literatura africana e as barreiras de tradução que existem dentro do continente.
Chimamanda participará de outros eventos no Rio de Janeiro neste final de semana e, na segunda-feira, fará uma palestra em São Paulo. Devido à alta demanda, esta última palestra foi transferida para outro local, onde ainda há ingressos disponíveis.
