Mural de Banksy é removido do Royal Courts of Justice

Um mural do artista de rua Banksy foi removido da parede de um edifício judicial em Londres. A obra foi descoberta na segunda-feira na fachada do Queen’s Building, parte do complexo dos Royal Courts of Justice. A imagem mostrava um manifestante deitado no chão segurando um cartaz ensanguentado, enquanto um juiz, com peruca e toga, se inclinava sobre ele, brandindo um martelo.
Após a sua aparição, a pintura foi coberta em diferentes momentos e ficou sob a vigilância de seguranças. O Serviço de Tribunais e Cortes informou que a remoção do mural era necessária devido ao status de proteção legal do edifício, já que ele é considerado um patrimônio histórico.
Banksy confirmou sua autoria com uma postagem no Instagram, que mostrava a arte antes de ser coberta. Muitos interpretaram a imagem como um comentário sobre a prisão de centenas de pessoas que apoiaram o grupo Palestine Action durante protestos. Este grupo foi classificado pelo governo britânico como uma organização terrorista em julho passado, após ativistas danificarem aviões da Força Aérea Real.
O artista já havia se concentrado na questão palestina anteriormente. Em 2015, ele criou obras em Gaza e, posteriormente, apoiou um hotel chamado The Walled Off Hotel em Belém, que tinha uma vista considerada a “pior do mundo”, voltada para o muro que Israel construiu na região da Cisjordânia ocupada.
O mural do juiz surge em um contexto em que a Lady Chief Justice, a principal juíza da Inglaterra e do País de Gales, havia expressado preocupações sobre a segurança de juízes, que enfrentavam abusos e ataques verbais.
Além disso, a pintura foi considerada um dano criminal, e a polícia metropolitana de Londres está investigando a situação. O serviço de tribunais também reafirmou seu compromisso em preservar a integridade arquitetônica do edifício devido ao seu status listado.
Nos últimos anos, Banksy lançou diversas obras críticas à política governamental, à guerra e ao capitalismo. Recentemente, ele realizou uma série de intervenções artísticas em Londres, incluindo trabalhos que representavam animais e que foram bem recebidos pelo público.
Assim, ao retirar o mural, que já é parte do debate sobre as liberdades de expressão e os direitos dos manifestantes, o legado do artista se mantém presente nas conversas sobre arte e ativismo.