Cuba sofre apagão de energia, o segundo no ano, desde quarta-feira

Desde quarta-feira, os moradores de Cuba, especialmente na capital Havana, estão enfrentando os efeitos do segundo grande apagão de energia elétrica do ano. As autoridades tentam informar à população sobre um retorno gradual à normalidade, mas relatos de veículos de comunicação independentes indicam que a energia volta de forma intermitente e apenas durante o dia, com novas quedas ocorrendo nos horários de maior consumo.
O apagão começou por volta das 9h, horário local, e foi causado por uma falha em uma das principais usinas termelétricas do país, conforme explicado pelo Ministério de Energia e Minas. Na quinta-feira, o fornecimento de energia foi interrompido durante todo o dia, e os problemas continuaram durante a madrugada de sexta-feira.
Atualmente, a projeção de disponibilidade de energia para o horário de pico é de 1910 megawatts (MW), enquanto a demanda chega a 3350 MW, resultando em um déficit de 1440 MW. Essa ausência de energia impacta duramente a rotina dos cubanos, pois muitas escolas estão fechadas há três dias, os atendimentos em policlínicas foram reduzidos e idosos, especialmente aqueles que moram em andares altos, estão evitando sair de casa para não subir escadas.
Além disso, a falta de energia também compromete o abastecimento de água em várias localidades, já que as bombas que fazem a distribuição dependem de eletricidade ou de combustível. Em Havana, na quarta-feira, os semáforos estavam desligados, levando as pessoas a correrem para adquirir alimentos e produtos essenciais antes que escurecesse.
A crise energética em Cuba se agravou ao longo dos anos devido às sanções dos Estados Unidos, que dificultam a obtenção de moeda estrangeira para modernizar ou reparar usinas, muitas das quais têm mais de 30 anos. O governo cubano tentou contornar a situação com iniciativas como o aluguel de navios flutuantes turcos e a instalação de parques solares financiados pela China. Já algumas famílias mais abastadas têm recorrido à instalação de painéis solares e equipamentos recarregáveis em suas residências.
Mesmo antes do apagão mais recente, muitos cubanos enfrentavam uma rotina de apagões diários que duravam 16 horas ou mais. As usinas movidas a petróleo, já consideradas obsoletas, têm se mostrado incapazes de manter o fornecimento estável, uma situação que se agravou ano passado com a diminuição das importações de petróleo da Venezuela, Rússia e México.



