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O aumento de 7,5% no salário mínimo e o dinheiro que não te pagaram

No início do ano, o governo anunciou com pompa o novo salário mínimo de 2025: R$ 1.518. Um aumento de 7,5%, celebrado como uma vitória para o trabalhador, com um “ganho real” acima da inflação.

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Contudo, por trás desses números, se esconde uma verdade amarga, uma mudança de regra silenciosa que, na prática, tirou dinheiro do seu bolso.

A verdade chocante é que, se o governo tivesse mantido a política de valorização antiga, seu salário mínimo hoje seria maior.

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O reajuste, que impacta a vida de milhões de brasileiros, de trabalhadores com carteira assinada a aposentados do INSS, foi limitado por um novo teto de gastos, uma regra fiscal que funcionou como uma tesoura, cortando parte do aumento que era seu por direito.

Mas que conta é essa? Quanto dinheiro você “deixou de ganhar”? E como essa nova política de cálculo vai impactar seu futuro? Prepare-se para descobrir a matemática que o governo não fez questão de te explicar.

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O ganho real que poderia ter sido maior

Oficialmente, o reajuste de 7,5% do salário mínimo, que passou de R$ 1.412 para R$ 1.518, foi positivo. Ele ficou acima da inflação acumulada, medida pelo INPC, o que significa que, na teoria, o poder de compra do brasileiro aumentou. No entanto, o “poderia ter sido melhor” nunca fez tanto sentido.

A antiga política de valorização do salário mínimo, que vigorou por anos, era mais generosa. Ela previa um reajuste com base em dois fatores:

  1. A inflação do ano anterior (INPC).
  2. O crescimento do PIB de dois anos antes, na íntegra.

Se essa fórmula tivesse sido seguida à risca, considerando o crescimento do PIB de 3,2% em 2023, o salário mínimo de 2025 deveria ser de, no mínimo, R$ 1.525.

Veja mais: Castro antecipa pagamento do 13º salário para julho

A nova regra: o “teto” que limita seu aumento

Mas por que não recebemos esse valor? A culpa é do novo arcabouço fiscal, a regra que limita o crescimento das despesas do governo. Para não furar esse teto, o governo aplicou uma trava.

O crescimento real do salário mínimo (acima da inflação) foi limitado a 2,5%, mesmo com um PIB que cresceu mais que isso.

Na prática, o governo criou uma regra que diz: “mesmo que a economia do país cresça muito, o seu aumento terá um limite”. É uma medida para controlar as contas públicas, mas que, na ponta, significa menos dinheiro no bolso do trabalhador e do aposentado.

Veja mais: Salário mínimo será reajustado a partir de julho

O efeito dominó: como o salário mínimo impacta sua vida

A discussão sobre esses R$ 7 de diferença pode parecer pequena, mas o impacto é gigantesco, pois o valor do salário mínimo é a base para uma infinidade de outros benefícios.

  • Aposentadorias e Pensões do INSS: Milhões de aposentados que recebem o piso previdenciário têm seu benefício diretamente atrelado ao mínimo.
  • Benefício de Prestação Continuada (BPC): Idosos e pessoas com deficiência em situação de miséria também recebem um salário mínimo.
  • Abono Salarial (PIS/Pasep): O valor do abono também é calculado com base no mínimo.
  • Seguro-desemprego: As parcelas do seguro também usam o salário mínimo como referência.

Portanto, cada real a menos no reajuste do salário mínimo se multiplica em uma perda para milhões de famílias que dependem desses valores para sobreviver. É a matemática fria do ajuste fiscal se sobrepondo à necessidade diária do cidadão.

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Rodrigo Campos

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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