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Aprovação de Lula atinge 33% em setembro, segundo Datafolha

A polarização política no Brasil se intensifica, com o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) por supostos vínculos com uma tentativa de golpe e a defesa do ex-presidente por Donald Trump. Em meio a esse cenário, a aprovação do governo Lula (PT) subiu para 33%, o melhor índice do ano, enquanto a reprovação se encontra em 38%. Outras 28% das pessoas consideram a gestão regular.

Esses dados são de uma pesquisa realizada pelo Datafolha nos dias 8 e 9 de outubro, que entrevistou 2.005 pessoas acima de 16 anos em 113 cidades brasileiras. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, tanto para cima quanto para baixo.

Lula iniciou 2025 enfrentando muitos desafios, incluindo uma crise política e dificuldades econômicas. Em dezembro do ano anterior, 35% da população avaliava seu governo como ótimo ou bom, enquanto 34% consideravam ruim ou péssimo, e 29% viam a gestão como regular. Em fevereiro deste ano, no entanto, esses índices caíram para 24% de bom, 41% de ruim e 32% de regular, representando o pior desempenho de Lula em seus três mandatos. Após uma leve estabilização até o final de julho, quando a aprovação atingiu 29%, a reprovação alcançou 40%.

A pesquisa de fim de julho trouxe preocupações ao Planalto, que esperava que a campanha “Brasil Soberano”, impulsionada pela necessidade de responder ao imposto elevado proposto por Trump contra o Brasil, ajudaria na aprovação governamental. Essa crise foi um tema abordado por Lula durante as celebrações do 7 de Setembro e coincidiu com a visibilidade do julgamento de Bolsonaro, o que parece ter contribuído para a melhora nos índices de aprovação nas últimas semanas.

Embora a aprovação tenha aumentado, a reprovação permaneceu estável, o que indica uma recuperação modesta, mas não explosiva. O índice de 33% de aprovação é um dos mais altos de presidentes nesta fase de governo desde a redemocratização, mas comparado a Bolsonaro, que nesse momento em seu mandato tinha apenas 22% de aprovação e 53% de reprovação, Lula se destaca positivamente.

A pesquisa também indagou sobre a gestão de Lula, e os resultados mostraram que 48% dos entrevistados aprovam seu trabalho, um leve aumento em relação a julho, quando era 46%. Por outro lado, a desaprovação caiu de 50% para 48%.

O perfil da aprovação continuou a seguir padrões já conhecidos: Lula recebeu melhores avaliações de nordestinos (45% de ótimo/bom), pessoas menos escolarizadas (40%), cidadãos entre 45 e 59 anos (40%) e os mais pobres (39%). Em contrapartida, a desaprovação é maior entre sulistas (52%), evangélicos (52%), pessoas com rendas acima de dois salários mínimos (47% a 51%) e aqueles com ensino superior (46%).

Curiosamente, Lula viu um aumento na sua aprovação entre eleitores tradicionalmente alinhados a Bolsonaro, especialmente entre os evangélicos, que passaram de 18% para 27%. No entanto, apesar desse crescimento, a taxa de desaprovação ainda é alta nesse grupo.

O futuro da política brasileira ainda é incerto, especialmente em relação a possíveis novas tensões com os Estados Unidos, em decorrência da condenação de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal. Há preocupações sobre impactos econômicos que possam surgir, bem como tensões políticas provocadas por tentativas da direita de anistiar o ex-presidente, o que poderia complicar os planos do governo.

Além disso, o cenário político está se movimentando à direita, especialmente com Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, que pode se tornar um concorrente importante para Lula nas eleições de 2026, dependendo do desenvolvimento da situação política e da competição eleitoral.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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