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A regra oculta de deixar corpos na escalada do Everest

A escalada do Monte Everest, com 8.849 metros de altitude, atrai todos os anos dezenas de alpinistas em busca de desafios. Porém, essa aventura pode ser perigosa. Um banco de dados do Himalaia estima que mais de 330 pessoas perderam a vida enquanto tentavam escalar essa montanha. Muitas dessas vítimas permanecem na montanha, e cerca de 200 corpos congelados ainda estão lá, devido à complexidade das operações de resgate.

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Um dos corpos mais conhecidos é o de Tsewang Paljor, chamado de “Botas Verdes”, que se tornou um ponto de referência para os montanhistas. Sua morte ocorreu em circunstâncias misteriosas em 2014.

Bonita Norris, uma alpinista britânica que chegou ao topo do Everest em 2010, teve uma experiência próxima da morte. Ela foi resgatada em estado crítico e congelada, mas sobreviveu para compartilhar sua história. Em entrevistas, Bonita fala sobre os momentos de desespero enfrentados e a realidade dura do montanhismo, incluindo uma “regra não escrita” que envolve deixar os mortos para trás.

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Em uma entrevista recente, Bonita recordou que nunca teve interesse em escalar montanhas até dois anos antes de sua viagem ao Nepal. Ela se sentiu inspirada após ouvir um relato sobre a experiência de outros montanhistas que chegaram ao cume do Everest. Essa motivação a levou a mudar sua vida, levando-a a treinar e, eventualmente, escalar o Everest.

Antes desse feito, Bonita já havia subido o Monte Snowdon, em Gales, de 1.085 metros. Após escalar o Everest, ela continuou sua jornada, abordando a realidade difícil encontrada nas montanhas.

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Bonita destaca que, durante o montanhismo, é possível se deparar com vidas perdidas, uma experiência que a marca profundamente. Quando se está em grandes altitudes, especialmente acima de 7 mil metros, os alpinistas entram na chamada “zona da morte”. Nessa região, o oxigênio é escasso, o que dificulta a sobrevivência e aumenta o risco de problemas de saúde.

Um médico que escalou o Everest em 2007 mencionou que, nessa altura, os alpinistas respiram apenas um quarto do oxigênio que teriam ao nível do mar. Bonita explica que os montanhistas compartilham um entendimento tácito de que não podem arriscar a vida de outros para tentar resgatar alguém em situações extremas.

Ela reflete que os dias na montanha são intensos e muitos alpinistas precisam recalibrar suas expectativas. Para Bonita, o mais importante é conseguir voltar em segurança para casa e estar com a família. Essa experiência a faz valorizar não apenas a conquista do cume, mas também a vida e a segurança.

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Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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