Adoçante dental: O risco fatal que poucos conhecem

Nos últimos anos, o xilitol se tornou queridinho em muitas prateleiras. Presente em gomas de mascar, balas, pastilhas, bebidas adoçadas e até em cremes dentais, ele ganhou espaço por oferecer sabor doce com baixo valor calórico e ainda ajudar a prevenir cáries. Mas agora, um novo alerta vem ganhando destaque e pode mudar a forma como encaramos esse adoçante tão popular.
Uma pesquisa recente publicada no European Heart Journal acendeu o sinal vermelho: o consumo excessivo de xilitol pode estar associado a sérios riscos cardiovasculares, incluindo infartos e derrames. Algo que poucos imaginavam quando o adoçante começou a ser amplamente incorporado na dieta de milhões de pessoas.
Se você faz uso constante de produtos “sem açúcar”, é hora de entender o que está por trás dessa nova polêmica envolvendo o xilitol e por que especialistas recomendam cautela.

O estudo que ligou o xilitol ao risco cardiovascular
A investigação, liderada pelo cientista Stanley Hazen, analisou cerca de 3 mil voluntários e trouxe um dado surpreendente: pessoas com níveis mais elevados de xilitol no sangue apresentaram quase o dobro de probabilidade de sofrer problemas cardíacos em comparação com quem tinha níveis mais baixos.
O ponto central está na capacidade do xilitol de aumentar a viscosidade do sangue, o que favorece a formação de coágulos. Esses coágulos, por sua vez, podem bloquear artérias e gerar complicações graves, como infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
Segundo Hazen, o problema é ainda mais preocupante porque “nunca antes observamos níveis tão elevados desse adoçante como nos dias atuais”. Isso reflete o uso cada vez maior do xilitol não só em alimentos, mas também em itens de higiene bucal e medicamentos.
Nem todos os especialistas concordam: as ponderações sobre o estudo
Apesar do alerta, alguns cientistas pedem cautela antes de apontar o xilitol como o grande vilão. Pesquisadores da Universidade de Oslo, por exemplo, destacam que o estudo não considerou variáveis importantes, como o índice de massa corporal (IMC) dos participantes, fator que pode influenciar diretamente os resultados.
Outro ponto levantado é que o próprio corpo humano já produz pequenas quantidades de xilitol naturalmente, o que dificulta a separação dos efeitos causados apenas pelo consumo externo do adoçante.
Por isso, enquanto os estudos continuam, a recomendação geral não é eliminar o xilitol por completo, mas sim moderar o consumo e evitar exageros — principalmente entre pessoas que fazem uso frequente desses produtos, como diabéticos e indivíduos em dietas de restrição de açúcar.
Como reduzir o risco e usar o xilitol de forma consciente
Para quem deseja continuar aproveitando os benefícios do xilitol sem se expor aos possíveis riscos, o caminho é o equilíbrio. O primeiro passo é ler com atenção os rótulos dos produtos. Muitos alimentos “sem açúcar” ou “zero” contêm xilitol em quantidades significativas que, somadas ao longo do dia, podem ultrapassar os níveis recomendados.
No caso de cremes dentais, a quantidade de xilitol geralmente é muito pequena e não representa risco. A preocupação maior recai sobre o consumo alimentar, especialmente em gomas de mascar, doces, bebidas adoçadas e sobremesas diet.
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A chave, segundo especialistas, é diversificar as fontes de adoçamento e buscar alternativas naturais, sempre com orientação profissional. Além disso, adotar uma dieta equilibrada, com baixo teor de industrializados, pode reduzir naturalmente a necessidade de adoçantes.
Enquanto novas pesquisas aprofundam o tema, fica o alerta: nem tudo o que é rotulado como “mais saudável” está livre de riscos. A moderação continua sendo a regra de ouro para quem busca qualidade de vida com segurança.