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Como ação de Trump prejudicou quem quer comprar um Volkswagen hoje

Em uma demonstração brutal de como a política pode destruir uma gigante da indústria, a Volkswagen, a maior montadora da Europa, acaba de anunciar um tombo histórico em suas vendas nos Estados Unidos. A culpa? Uma única “canetada” do presidente norte-americano, Donald Trump, que impôs tarifas tão pesadas que fizeram os carros da marca alemã encalharem nas concessionárias.

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A notícia, divulgada nesta quarta-feira (9), caiu como uma bomba no mercado global. Enquanto a Volkswagen comemorava um crescimento mundial de 1,3% no primeiro semestre de 2025, impulsionado pela América do Sul, seu desempenho na América do Norte foi um desastre completo, com uma queda de quase 7%. Contudo, o pior estava por vir.

Analisando apenas o segundo trimestre do ano, o período que sentiu o impacto total das novas tarifas, o resultado é um massacre: as vendas da VW na América do Norte despencaram 16,2%.

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É a prova cabal de que a guerra comercial de Trump está longe de ser apenas um discurso. Mas que tarifas são essas e por que a Volkswagen foi atingida em cheio?

O massacre dos números e a estratégia de Trump

O plano de Donald Trump é claro: proteger a indústria americana a qualquer custo. Para isso, ele anunciou no final de março uma tarifa de 25% sobre carros importados que não sejam majoritariamente produzidos na América do Norte.

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Para a Volkswagen, que, apesar de ter fábricas nos EUA, ainda importa muitos de seus modelos para o mercado americano, a medida foi um tiro no coração.

Os números do primeiro semestre de 2025 revelam a extensão do estrago:

  • Vendas Globais: +1,3%
  • Vendas na América do Norte: -6,9%
  • Vendas na China: -2,1% (outro mercado crucial onde a VW enfrenta a concorrência chinesa)

Marco Schubert, do conselho de vendas da Volkswagen, tentou minimizar o baque, afirmando que a queda era “esperada” e que foi compensada pelos ganhos em outras regiões. Contudo, os números não mentem sobre a vulnerabilidade da marca às políticas protecionistas.

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O paradoxo alemão: por que a Porsche se deu bem?

Curiosamente, a fúria tarifária de Trump não atingiu todas as marcas alemãs da mesma forma. E aqui a história fica ainda mais interessante, mostrando que, na guerra comercial, a estratégia faz toda a diferença.

  • Mercedes-Benz: A gigante de Stuttgart sentiu o golpe. A empresa admitiu na segunda-feira que atrasou a entrega de alguns veículos nos EUA, na esperança de que as tarifas pudessem ser revertidas ou reduzidas.
  • Porsche: A marca de carros esportivos, que também pertence ao grupo Volkswagen, viveu um paradoxo. Na contramão do mercado, a Porsche anunciou um aumento de 10% em suas vendas na América do Norte no mesmo período. A explicação? A empresa tinha um estoque gigantesco de carros já em solo americano antes da aplicação das tarifas, o que, na prática, a “protegeu” do aumento de preços imediato e lhe deu uma vantagem competitiva sobre as rivais.

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A guerra comercial está longe do fim

Apesar do sucesso momentâneo da Porsche, o cenário para as montadoras europeias na China e nos EUA continua desafiador.

As vendas de ambas, Mercedes e Porsche, também sofreram quedas expressivas no mercado chinês, mostrando que a concorrência local e as barreiras comerciais estão redesenhando o mapa da indústria automobilística.

A Volkswagen e suas concorrentes estão, agora, em um jogo de xadrez de alto risco, onde cada movimento político pode significar bilhões em perdas ou ganhos. A única certeza é que a era do comércio global sem atritos, definitivamente, chegou ao fim.

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Rodrigo Campos

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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