O problema do ar poluído em 2025 e seus impactos

O GP do Japão sempre promete emoções, mas a corrida de domingo não foi exatamente um espetáculo inesquecível. A baixa degradação dos pneus fez com que os resultados finais ficassem muito parecidos com os das fases de classificação. Além disso, a dificuldade de ultrapassagens deixou a galera um pouco desapontada.
Quem já deu algumas voltas em Suzuka sabe que ultrapassar por lá não é tarefa fácil. A Curva 1, por exemplo, costuma ser uma barreira em termos de oportunidades de overtaking. O DRS, aquele sistema que deveria facilitar as ultrapassagens, acaba não ajudando muito por lá. As retas se transformam rapidamente em freadas, tornando difícil até mesmo conseguir uma vantagem no “slipstream” do piloto à frente.
Outro ponto que precisamos considerar é a questão do ar sujo, um desafio crescente nas corridas. Os carros mais recentes da Fórmula 1 foram projetados para facilitar as ultrapassagens, mas a dependência da aerodinâmica é complexa. Na prática, isso significa que quando um carro está atrás do outro, ele perde downforce, ou seja, a pressão aerodinâmica que mantém o carro grudado ao chão.
Há alguns anos, estimativas indicavam que um carro perdia até 47% de downforce ao ficar a apenas 10 metros de distância do da frente. Com as novas regras, essa perda diminuiu consideravelmente, mas ainda assim, Suzuka demonstrou como os carros estão difíceis de serem seguidos de perto. A situação ficou clara, pois mesmo com pneus em bom estado, os pilotos não conseguiam se aproximar a menos de um segundo dos concorrentes.
Com essa nova geração de carros, as equipes rapidamente encontraram maneiras de otimizar o desempenho. Um exemplo é a modificação nas asas dianteiras, que agora têm bordas mais expostas. Essa mudança, apesar das regulações, resulta em mais fluxo de ar e mais desempenho, mas também aumenta a turbulência, dificultando as ultrapassagens.
Andrea Stella, chefe da McLaren, comentou sobre isso, apontando que o ar sujo continua a ser um problema crescente. Ele citou o exemplo de Lewis Hamilton, que mesmo à frente, conseguia controlar tudo, mesmo com pneus desgastados. Esse cenário pode levar a novas regulamentações em 2026, pois a ideia era melhorar essa dinâmica de corrida.
É válido lembrar que o foco das equipes é sempre construir carros rápidos, mesmo que isso signifique menos oportunidades de ultrapassagem. Portanto, a competitividade não deve mudar muito ao longo da temporada. Olhando para 2024, a introdução de tecnologias como aerodinâmica ativa e unidades de potência mais potentes pode ajudar a dar mais emoção no final das corridas.
Porém, a realidade é que certos circuitos vão continuar sendo desafiadores. É provável que o tema do ar sujo ainda seja assunto nas próximas corridas — algo que com certeza fará parte das conversas entre os apaixonados por velocidade.