Automotivo

Este é o verdadeiro motivo de não existir carros da Chevrolet na Europa

Há um abismo que separa os automóveis americanos do sucesso no mercado europeu. A disparidade entre as preferências dos consumidores, as exigências ambientais e a política comercial têm colocado as marcas dos Estados Unidos em clara desvantagem.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Enquanto as montadoras americanas se mantêm fortes em seu território, o mesmo não acontece quando tentam fincar bandeira em solo europeu. Mesmo marcas renomadas esbarram em desafios que vão além de simples tarifas ou impostos de importação.

Um novo estudo da JATO Dynamics revela que essa questão está longe de ser pontual. O problema revela um desequilíbrio que impacta toda a indústria automotiva global e pode piorar com novas tensões protecionistas.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Estudo revela por que carros americanos não conquistam Europa e expõe crise na indústria automotiva

Um mercado americano dependente de importações

O estudo mostra que, em 2024, o mercado americano consumiu 16,09 milhões de veículos leves, dos quais apenas 61% foram fabricados localmente. A participação de importações, de 39%, é a maior entre mercados desenvolvidos.

Em contraste, a União Europeia registra apenas 26% de veículos importados em seu mercado. Na Coreia do Sul, o índice cai para 20%, enquanto no Japão fica ainda menor, com 7,8% dos veículos sendo estrangeiros.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Esse panorama revela a forte dependência dos Estados Unidos em relação a carros importados, algo incomum para grandes economias. Mesmo com tantas montadoras nacionais, o país precisa buscar quase 40% de seus veículos fora de suas fronteiras.

Esse fator expõe fragilidades em uma indústria que, apesar de poderosa, enfrenta limitações para atender integralmente sua demanda interna e globalizar seus produtos.

Carros gigantes e pouco interesse europeu

Além das questões comerciais, o estudo destaca as diferenças culturais. O consumidor americano é tradicionalmente fã de veículos grandes, principalmente SUVs e picapes.

Enquanto SUVs representam mais da metade do mercado em ambos os continentes, os modelos de grande porte, com mais de cinco metros, são preferência clara dos americanos. Nos EUA, eles somam 21% das vendas de SUVs, enquanto na Europa são apenas 2,4%.

O segmento de picapes evidencia ainda mais essa diferença. Em 2024, foram quase 3 milhões de picapes vendidas nos Estados Unidos, frente a apenas 156,3 mil unidades na União Europeia.

Essa paixão por modelos maiores limita o apelo global dos veículos americanos, que se mostram pouco adequados às cidades europeias, marcadas por ruas estreitas, alta densidade urbana e severas leis ambientais.

Falta de modelos globais intensifica o desequilíbrio

A falta de produtos com apelo global é um obstáculo crucial para as montadoras dos Estados Unidos. Salvo exceções como a Tesla, poucas marcas conseguem alcançar sucesso expressivo na Europa.

Os consumidores europeus priorizam carros menores, mais eficientes e tecnologicamente avançados, em contraste com a preferência americana por veículos robustos. Isso exige adaptações que nem sempre as montadoras estão dispostas a realizar.

Leia também:

Enquanto as fabricantes europeias diversificam seus portfólios para atender diferentes mercados, muitas montadoras americanas optaram por reduzir operações fora do país.

Essa estratégia fortalece a posição das empresas em seu território, mas amplia o desequilíbrio comercial, dificultando qualquer chance de competir globalmente com a mesma força.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Diego Marques

Tenho 23 anos e sou de Sobral (cidade onde foi comprovada a teoria da relatividade em 1919), atualmente, estou terminando a faculdade de enfermagem e trabalhando na redação de artigos, através das palavras, busco ajudar o máximo de usuários possíveis.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo