Automotivo

O descuido de 1 minuto que custa seu CPF e o futuro

Vender um carro ou motocicleta pode parecer algo simples, mas há detalhes que não podem ser ignorados. O que muitos motoristas enxergam como mera burocracia esconde riscos que podem custar caro ao bolso e até à liberdade.

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Transferir a propriedade do veículo junto ao Detran não é apenas uma formalidade. A ausência desse procedimento deixa antigas responsabilidades atreladas ao nome e ao CPF do vendedor, gerando consequências sérias que vão muito além de multas e pontos na carteira.

Quem negligencia essa etapa pode, sem saber, se ver envolvido em dívidas, processos e até investigações criminais. Para entender todos os impactos desse descuido, é fundamental conhecer o que diz a lei e os riscos apontados por especialistas na área de segurança pública e trânsito.

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Riscos ocultos de não transferir veículo vão de multas a envolvimento em crimes graves

Multas, dívidas e riscos que se acumulam silenciosamente

Deixar de formalizar a transferência do veículo junto ao Detran significa permanecer vinculado a todas as obrigações que recaem sobre o bem. Multas de trânsito, cobranças de IPVA e até taxas administrativas continuam sendo direcionadas ao antigo dono enquanto o carro ou a moto não for oficialmente repassado ao novo proprietário.

Essa situação pode se agravar com o acúmulo de valores não quitados. Em pouco tempo, o vendedor descuidado pode descobrir débitos que ultrapassam o valor que recebeu na venda do veículo. Além disso, há impacto direto na pontuação da Carteira Nacional de Habilitação, prejudicando quem precisa dirigir para trabalhar ou para a vida pessoal.

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Mesmo veículos vendidos a lojas ou revendedoras não estão livres dessa armadilha. Caso o estabelecimento demore a repassar o carro ou não faça a transferência, o antigo proprietário continua responsável. Por isso, manter comprovantes e registrar tudo é essencial para se proteger.

Diante disso, o melhor caminho é realizar a comunicação de venda ao Detran o quanto antes. Esse simples procedimento pode livrar o antigo dono de inúmeros problemas futuros, garantindo segurança jurídica e tranquilidade.

Ligação perigosa com crimes e investigações policiais

O risco mais grave de não transferir o veículo está na possibilidade de envolvimento do antigo proprietário com crimes. Veículos sem transferência podem ser usados em atividades ilícitas, e a polícia, sem informações atualizadas, direciona investigações à pessoa cujo nome consta no registro oficial.

Há registros de situações em que antigos donos precisaram se explicar em delegacias ou até responder a inquéritos policiais, sem terem qualquer ligação real com o delito cometido.

O delegado Kassio Viana, diretor da Divisão de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV) em Sergipe, alerta que sem o registro oficial da venda, toda a responsabilidade segue recaindo sobre o vendedor.

A comunicação de venda deve ser feita em até 60 dias, com envio de cópia autenticada do comprovante de transferência devidamente assinado. Somente a partir dessa comunicação o vendedor se desvincula legalmente do veículo e de possíveis implicações criminais ou administrativas.

Portanto, quem negligencia essa etapa corre sérios riscos de sofrer abordagens policiais, ter bens bloqueados ou enfrentar processos judiciais. A simples regularização da venda no Detran pode evitar grandes dores de cabeça e prejuízos.

Golpes e crimes financeiros ligados a veículos não transferidos

Além das complicações jurídicas, existem fraudes diretamente associadas à falta de transferência. Um exemplo é a clonagem de veículos, em que carros roubados recebem placas, chassis e documentos idênticos aos de veículos legítimos. Esses clones circulam livremente até serem descobertos, envolvendo antigos donos em problemas judiciais.

Outro golpe citado pelo delegado Kassio Viana são os chamados “pokemons”. Nessa prática criminosa, veículos financiados e não pagos são revendidos repetidamente, gerando prejuízos não só ao sistema financeiro, mas também a compradores de boa-fé. No entanto, quem compra um carro muito abaixo do valor de mercado dificilmente consegue convencer a Justiça de que não desconfiava do golpe.

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Há casos em que veículos avaliados em R$ 100 mil foram vendidos por apenas R$ 15 mil, sinal claro de irregularidade. Mesmo alegando desconhecimento, o comprador pode ser indiciado por receptação, pois a lei considera quem compra por preço muito abaixo do mercado como cúmplice da prática criminosa.

Vender veículos financiados sem a autorização do banco também configura estelionato, crime previsto em lei. O delegado alerta que qualquer operação envolvendo veículos deve ser feita dentro da legalidade, evitando assim envolvimento com golpes que podem arruinar financeiramente e até criminalmente o cidadão.

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Diego Marques

Tenho 23 anos e sou de Sobral (cidade onde foi comprovada a teoria da relatividade em 1919), atualmente, estou terminando a faculdade de enfermagem e trabalhando na redação de artigos, através das palavras, busco ajudar o máximo de usuários possíveis.

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