Chevrolet Vega e Kawasaki MC1 voltam à vida após 50 anos

Quem ama carro provavelmente já ouviu a história do “Miss Belvedere”, um Plymouth Belvedere que ficou 50 anos enterrado em uma cápsula do tempo. Quando finalmente abriram a cápsula em 2007, muita gente se animou, mas foi uma grande decepção: o carro estava completamente submerso em lama, enferrujado e praticamente irrecuperável. Hoje, ele está exposto em um museu.

Mas, olha só: uma nova cápsula do tempo foi aberta e, dessa vez, a história é bem diferente. Um Chevrolet Vega de 1975 novinho em folha e uma motocicleta Kawasaki MC1 90 azul foram encontrados quase intactos em Seward, Nebraska, após 50 anos enterrados.

A Maior Cápsula do Mundo

Essa cápsula é um verdadeiro tesouro, com mais de 5 mil itens que foram guardados em 4 de julho de 1975. Além dos carros e da moto, tinha de tudo: cartas, objetos do cotidiano e até fotos. Para quem diria que um simples ato de guardar coisas poderia criar um mosaico tão rico da vida no passado?

A abertura oficial da cápsula rolou na última semana de junho, numa cerimônia que fez parte das comemorações do Dia da Independência dos EUA. Centenas de curiosos e antigos colaboradores do projeto marcaram presença, tudo idealizado por Harold Davisson, que queria deixar um mundo de recordações para o futuro.

Chevrolet Vega de 1975

O grande destaque é, sem dúvida, o Chevrolet Vega amarelo. Imagine só: ele emergiu com zero milhas no hodômetro! Apesar de cinco décadas enterrado, o carro está em condições que nem os fãs mais fervorosos do modelo poderiam imaginar. A carroceria e o interior marron estão bem preservados, só com alguns sinais de ferrugem. Olhando para o modelo, você percebe a nostalgia daquela época, não é?

Esse Vega foi feito para ser um carro econômico e competiu diretamente com o Ford Pinto durante uma época complicada de crise de petróleo. O modelo que foi escolhido para a cápsula era um sedã de duas portas, com motor de 79 cv e câmbio manual de 4 marchas. Na época, custou US$ 3.039, que equivaleria a cerca de US$ 18 mil hoje — o mesmo preço de um carro popular atual, como o Nissan Versa.

Esse Vega foi içado cuidadosamente e, após algumas aventuras, participou de desfiles do Dia da Independência. A ideia é deixá-lo em condições de rodar novamente.

Kawasaki MC1 90

Ao lado do Vega, a Kawasaki MC1 90 também impressionou. Enterrada no mesmo ano, a moto apareceu com sua pintura azul vibrante e partes já bem preservadas. Embora não tenha atraído tanta atenção quanto o carro, ela trouxe de volta as lembranças de quem amou pilotar nas trilhas nos anos 70.

Essa moto foi feita especialmente para os jovens e pilotos iniciantes que queriam se aventurar. Possui um motor de dois tempos e câmbio de cinco marchas, e é perfeita para a prática de enduro. Um verdadeiro clássico.

Toyota Corolla na Pirâmide

Mas a história não acaba por aí. Em 1983, Harold decidiu ampliar a cápsula e fez uma pirâmide sobre a estrutura original, colocando um Toyota Corolla ali dentro. O Corolla, que já estava um pouco “batido” quando foi encerrado na pirâmide, representa a antiga escola de carros japoneses que fizeram sucesso nos EUA.

O modelo que ficou guardado tem motor de quatro cilindros e, pelo estado que se encontra, sofreu mais com o tempo do que o Vega e a Kawasaki. Os moradores se divertiram escrevendo seus nomes na lataria do carro, um tributo à história que ele carrega.

Um Museu da Vida em 1975

No final, a abertura dessa cápsula foi um verdadeiro espetáculo. Com 45 toneladas de concreto, foram necessários três dias para retirar a estrutura. Além dos veículos, os visitantes encontraram uma infinidade de objetos icônicos da época, desde Barbies até fitas cassete com mensagens emocionantes.

A filha de Harold, Trish, quer montar uma exposição permanente para preservar e compartilhar essas lembranças. Afinal, guardar uma parte da história é mais do que um gesto — é um verdadeiro legado para as futuras gerações.