Carlos Ghosn alerta: Nissan enfrenta crise alarmante

Dizer que Carlos Ghosn sabe como causar polêmica não é exagero. Desde que fugiu da prisão domiciliar no final de 2019, ele não perde a oportunidade de falar sobre sua antiga empregadora, a Nissan, agora direto do Líbano. Parece que a cada nova aparição na mídia, ele dispara críticas afiadas.
Recentemente, durante uma entrevista à emissora francesa BFM TV, Ghosn, que hoje está com 71 anos, afirmou já ter previsto o declínio da Nissan. “Eu sabia que isso ia acontecer”, disse ele. Enquanto a antiga aliança com a Renault ainda existe, as coisas estão longe de serem como antes. As ações cruzadas entre as montadoras já diminuíram de 15% para 10%, e a Renault agora está comprando a participação da Nissan na Índia.
Sobre os problemas internos, o ex-CEO não poupou palavras: “As decisões são muito lentas”, comentou, ainda apimentando a conversa ao afirmar que a empresa “implora por ajuda de seus concorrentes no Japão”. E quem seria esse concorrente? A Honda. Ghosn vê a tentativa de fusão entre as duas como um “movimento desesperado” e acredita que, na verdade, a Honda queria transformar a Nissan em uma subsidiária.
Ele não estava tão errado assim. A Honda deixou claro que não queria uma fusão igualitária, mas sim controlar a Nissan, tornando-a uma subsidiária. A proposta inicial, cheia de promessas, rapidamente virou água. Os planos ambiciosos simplesmente evaporaram, e a Nissan ficou perante o dilema de tentar recuperar seu fôlego.
Em sua mais recente fala pública, Ghosn não hesitou em criticar a atual situação da Nissan, chamando-a de “desesperadora” e “medíocre”. Ele ainda se refere à aliança com a Renault como algo “pequeno e frágil”. Com a Nissan em “marasmo”, fica difícil não se perguntar que caminho ela tomará. Afinal, quem dirige bastante sabe o quanto é importante manter o motor aquecido.
E em um cenário onde o futuro parece nebuloso, a Nissan está tentando se reinventar. Recentemente, a montadora revelou planos para novos modelos, incluindo uma nova geração do Sentra, que já anda camuflado pelas ruas do Brasil. Também estão na lista uma atualização do Versa e uma reestilização da Frontier, agora fabricada no México.
E não para por aí! Um novo SUV compacto chamado Kait está a caminho, prometendo ser uma opção interessante no mercado. Com planos de exportação para mais de 20 países na América Latina, inclusive México e Argentina, vamos torcer para que a Nissan encontre o caminho certo e se recupere dessa fase conturbada.