Feira do livro busca consolidar presença em São Paulo

Feira do Livro na praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu, em fotografia feita com drone - Rubens Cavallari - 29.jun.2024 / Folhapress
A Feira do Livro de São Paulo começa neste sábado e vai até o dia 22 de outubro, prometendo um calendário repleto de eventos literários. O diretor Paulo Werneck é otimista quanto ao crescimento do evento, que já se consolidou na capital paulista. “Estamos sempre em sintonia com a cultura da cidade”, afirma ele, ressaltando que o evento continua sua evolução.
No ano passado, a feira ampliou sua duração de cinco para nove dias, o que gerou algumas críticas das editoras, pois houve uma queda no público durante os dias úteis. Para 2023, a feira programou 250 eventos, um aumento significativo em relação aos 164 do ano passado, com a expectativa de atrair até 110 mil visitantes.
Um dos destaques deste ano é a parceria com a Petrobras, que patrocina o palco principal do evento. Outras empresas, como Itaú e Motiva, também estão contribuindo financeiramente, facilitando a realização da feira através da Lei Rouanet. Além disso, a prefeitura de São Paulo está mais engajada, e Werneck aguarda a sanção do prefeito Ricardo Nunes para um projeto de lei que oficializa a feira no calendário cultural da cidade.
Cada ano, a feira busca se fortalecer como uma instituição cultural. Um exemplo disso é o novo Espaço Rebentos, dedicado às crianças, com a curadoria de Jaqueline Silva e Juliana Vettore. Também haverá os Tablados Literários, onde editoras poderão trazer seus próprios convidados para apresentações e debates. A programação do evento incluirá colunistas de destaque, como os da Folha, que participam desde a primeira edição.
A ideia de ampliar a programação veio da constatação do potencial de público e do interesse das editoras em mais interações com autores. Segundo Werneck, essa expansão foi feita sem grandes mudanças na estrutura física do evento. “Acreditamos que isso ajudará as editoras e livrarias independentes a terem resultados financeiros melhores”, afirma.
A programação conta com quase 200 escritores brasileiros, incluindo figuras como Tati Bernardi e Drauzio Varella, além de renomados autores como Lázaro Ramos, Beatriz Bracher e Marilena Chauí. Os convidados internacionais são menos numerosos este ano, mas incluem nomes como a geógrafa americana Ruth Wilson Gilmore e a escritora portuguesa Lídia Jorge.
Coincidentemente, a Bienal do Livro, um evento muito maior, acontece ao mesmo tempo, no Rio de Janeiro. Embora isso tenha causado alguma frustração no mercado editorial, Werneck acredita que tanto a Feira do Livro quanto a Bienal se beneficiam da presença de autores internacionais, destacando a colaboração entre os dois eventos.
A Feira do Livro de São Paulo se apresenta como uma oportunidade de celebrar a leitura e a literatura, com programação aberta e gratuita, buscando atender às demandas do público e do mercado editorial.