Onça que atacou caseiro é levada para instituto onde ficará em cativeiro

Uma onça-pintada que atacou e matou o caseiro Jorge Ávalos, conhecido como Jorginho, em abril, foi transferida para o Instituto Ampara Animal, em São Paulo. A onça foi capturada há cerca de 24 dias e antes disso estava no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
O médico-veterinário Jorge Salomão, responsável pelo instituto, informou que o animal chegou em boas condições durante o transporte e já está recebendo os cuidados necessário para sua adaptação ao novo ambiente. A onça será alocada em um espaço especialmente projetado para suas necessidades, trazendo elementos que lembram seu habitat natural, como uma área aquática ampliada para que possa nadar, conforme sua origem no Pantanal.
Juliana Camargo, fundadora e presidente do Instituto, destacou que embora o cativeiro não seja a solução ideal para nenhum animal silvestre, essa é a melhor opção considerando as circunstâncias que cercam a onça. Ela afirmou que o foco será no bem-estar do animal, criando um ambiente silencioso e com estímulos adequados para ajudá-lo em sua recuperação física e emocional. O recinto onde a onça ficará não será aberto à visitação pública.
No último período no CRAS, a onça, que tem cerca de 9 anos e apresenta várias cicatrizes, estava abaixo do peso e anêmica, mas conseguiu ganhar 13 kg e passou por exames que mostraram sinais de recuperação. No Instituto Ampara Animal, a onça continuará a receber os cuidados necessários e poderá contribuir para ações de conservação da espécie no futuro.
Em relação ao ataque que resultou na morte de Jorginho, os fatos ocorreram no dia 21 de abril, quando ele tentou coletar mel às margens do Rio Miranda, no Pantanal de Aquidauana. O corpo foi encontrado no dia seguinte, após uma busca da Polícia Militar Ambiental, que seguiu os rastros de sangue deixados pela onça.
Um exemplar da onça-pintada foi capturado na madrugada do dia 24 de abril, mas ainda não há confirmação se é o mesmo que atacou o caseiro. Exames realizados no CRAS mostraram que a onça havia expelido fragmentos ósseos e cabelos que podem ser humanos, material que está sendo analisado pela Polícia Científica. Os resultados desses exames serão comparados com amostras dos restos mortais de Jorge e com o sangue encontrado na cena do ataque, a fim de auxiliar na investigação conduzida pela Polícia Civil.