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Stellantis desiste de meta de eletrificação total até 2030

A Stellantis, que para muitos de nós é sinônimo de marcas como Fiat, Jeep e Peugeot, está dando uma virada na sua estratégia na Europa e no mundo. A montadora decidiu deixar de lado a ideia de se tornar 100% elétrica até 2030. A verdade é que os desafios da eletrificação total e as exigências da União Europeia mostraram que essa meta não era tão simples quanto parecia.

O anúncio oficial deve rolar no primeiro trimestre de 2026, mas o CEO Antonio Filosa já começou a abrir o jogo sobre o que está por vir. As novas prioridades incluem o crescimento dos negócios, simplificação dos processos e aumento da rentabilidade. Essa mudança é bem diferente da visão do ex-CEO Carlos Tavares, que tinha a ambição de eletrificar toda a frota.

O plano original, que foi chamado de “Dare Forward 2030”, tinha como meta que todos os veículos vendidos na Europa fossem elétricos, com a expectativa de que 50% das vendas na América do Norte também fossem dessa categoria. Agora, a Stellantis já admite que a infraestrutura é limitada e que a aceitação dos consumidores não está no ritmo esperado.

A realidade aqui no Brasil é bem diferente. Com uma participação de mercado de 30% e uma estrutura industrial sólida, a Stellantis está optando por uma transição energética diversificada. Isso inclui a combinação de híbridos, elétricos e motores a combustão, além do uso estratégico do etanol, que é uma opção muito valorizada por nós, brasileiros.

Recentemente, a Stellantis lançou uma versão especial do Fiat 500e, a Giorgio Armani Collectors Edition, e também firmou incentivos governamentais na Itália. Isso mostra que os elétricos ainda têm seu espaço, mas agora dentro de uma estratégia mais flexível. Modelos híbridos vão desempenhar um papel crucial para unir a mobilidade tradicional com a eletrificação gradual.

A companhia enfrenta desafios nas vendas de elétricos, como o Fiat 500e na Europa e a Dodge elétrica nos EUA. Essas questões impulsionaram essa mudança de direção. Para completar, os recalls em alguns modelos eletrificados e híbridos indicam que ainda há muito a fazer em termos de qualidade.

Um exemplo claro dessa nova direção é a Ram. A picape elétrica Ram 1500 REV foi cancelada, e agora a marca está focando na Ram 1500 Ramcharger, uma híbrida com extensor de alcance. Essa escolha reflete a busca da Stellantis por viabilidade econômica e por entender melhor o que o consumidor realmente quer.

O investimento em tecnologia não fica para trás. O TechMobility Center em Betim e o Polo de Goiana estão recebendo inovações como o Bio-Hybrid, que une elétrico e biocombustível. A Stellantis planeja investir nada menos que R$ 32 bilhões em inovação até 2030, sempre pensando em soluções que façam sentido aqui no Brasil.

Tanto Filosa quanto Irineu destacam que eletrificação não vai ser um dogma. Precisamos pensar em custos, infraestrutura e no que realmente o consumidor está disposto a aceitar. Aqui, etanol, híbridos e motores a combustão eficientes são vistos como opções complementares. Isso garante que a mobilidade seja acessível e sustentável do jeito que a gente precisa.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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