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F-16 autorizado como próximo caça do Peru

Peru obteve a aprovação para adquirir 12 caças F-16C/D Block 70, se tornando o quarto país da América do Sul a operar esse modelo fabricado pela Lockheed Martin. A aquisição representa uma mudança significativa para a Força Aérea Peruana, que atualmente conta com uma frota que inclui um número considerável de aeronaves de combate fabricadas na Rússia. Esses aviões russos estão se tornando difíceis de manter, especialmente após a invasão da Ucrânia, que teve um forte impacto nas exportações de armamentos da Rússia.

Recentemente, o Departamento de Estado dos Estados Unidos autorizou uma possível venda militar para o Peru, na qual estão incluídos 10 caças F-16C de um só assento e dois F-16D, totalizando cerca de 3,42 bilhões de dólares. O pacote inclui também 12 mísseis ar-ar AIM-120C-8 e 12 mísseis AIM-9X Block II Sidewinder. Embora os armamentos ofensivos não estejam incluídos neste primeiro pacote, há a expectativa de que sejam adicionados posteriormente.

De acordo com uma declaração da Agência de Cooperação em Segurança de Defesa dos EUA, a venda deve fortalecer a capacidade da Força Aérea Peruana em controlar seu espaço aéreo, defender suas fronteiras e realizar operações de ataque de precisão no apoio a forças terrestres em ações contrárias a narcotráfico e terrorismo. Essa operação também é vista como uma forma de estreitar a parceria militar entre os dois países a longo prazo.

Além dos F-16, o Peru está avaliando outros modelos de caças, como o Rafale F4 da Dassault Aviation, o Gripen E/F da Saab e o KF-21 Boramae da Korea Aerospace. A análise dessas opções se torna relevante em um contexto onde as forças armadas peruanas buscam renovar uma frota de aeronaves que, em sua maioria, é composta por modelos antigos, como os MiG-29, Su-25 e Mirage 2000.

A venda de armamentos estrangeiros é um processo complexo e o acordo ainda pode passar por mudanças durante as negociações entre o Peru e os fabricantes. Entretanto, a disposição dos Estados Unidos em vender F-16s ao Peru marca uma mudança significativa, dado que o país dependia historicamente de aviões de combate russos e europeus.

Atualmente, a frota da Força Aérea do Peru é composta por modelos que estão se tornando obsoletos. Essas aeronaves incluem aproximadamente oito MiG-29, oito Su-25, 11 Mirage 2000 e 20 Cessna A-37. Essa diversidade de modelos reflete um estoque cada vez mais envelhecido e é necessário um investimento substancial para revitalizar a capacidade aérea do país.

Vale destacar que, antes de maio de 2022, o Peru havia mantido uma relação mais próxima com fabricantes de armamentos russos. No entanto, a guerra na Ucrânia prejudicou a reputação e a capacidade de suporte da Rússia em relação a suas exportações de armas, levando o Peru a considerar opções ocidentais como uma prioridade.

A história militar do Peru, marcada por conflitos com o Equador nas décadas de 1980 e 1990, enfatiza a necessidade de modernização de sua força aérea. Desde então, o país enfrentou diversas crises, concentrando seus esforços no combate ao terrorismo e na estabilidade interna. Por isso, a busca por novos caças não é apenas uma questão de modernização, mas também uma resposta a necessidades estratégicas atuais e a desafios futuros.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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