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Prefeito é investigado por propina de R$ 646 mil e aumento patrimonial

O prefeito de Terenos, Henrique Wancura Budke, está sendo investigado por suspeita de corrupção e recebimento de propinas que somam mais de R$ 646 mil entre 2021 e 2023. As informações são baseadas em relatórios do Ministério Público de Mato Grosso do Sul. Durante esse período, foram identificados casos de fraudes em licitações relacionadas a obras em escolas, unidades de saúde e infraestrutura do município. A evolução patrimonial de Henrique também chamou a atenção, já que seus bens declarados aumentaram em 318%, passando de R$ 776 mil em 2020 para R$ 2,4 milhões em 2024. No mesmo intervalo, ele obteve rendimentos de apenas R$ 541,4 mil como prefeito.

Um dos casos revelados pelas investigações, que fazem parte da Operação Spotless, envolve um pagamento de R$ 60 mil ao prefeito para favorecer a empresa Angico Construtora em um contrato de reforma da Escola Municipal Rosa Idalina Braga Barboza, que teve um valor total de R$ 1.123.417,39.

O maior suborno identificado até agora foi de R$ 255 mil, relacionado à construção de um bloco da Escola Jamic, com um contrato inicial de R$ 2.788.662,40. Após aditamentos, o custo final chegou a R$ 3.364.085,05. Documentos indicam que, antes da licitação, o prefeito enviou informações privilegiadas ao empresário responsável pela Angico, permitindo que ele conhecesse as empresas que retiraram o edital.

Outra licitação direcionada foi a da Escola Isabel de Campos Widal Rodrigues, para a qual o prefeito recebeu R$ 11 mil ao facilitar a obra para a empresa Base Construtora e Logística. Relatórios indicam que Henrique também obteve ao menos R$ 30 mil em subornos relacionados a reformas em unidades de saúde.

Além disso, o prefeito foi acusado de receber valores por meio de intermediários. No caso de reformas de pontes de madeira, ele teria recebido R$ 10 mil em um contrato em que a empresa vencedora, também ligada a um empresário local, atuou como “testa de ferro” para esconder a origem do dinheiro.

Em investigações adicionais, foram descobertos R$ 280 mil em subornos relacionados a licitações não especificadas, onde o prefeito fazia cobranças diretas a empresários. Um exemplo é uma transação de R$ 100 mil em que o prefeito usou uma empresa como intermediária para receber a propina.

Por fim, a análise dos bens de Henrique revelou discrepâncias significativas entre os valores declarados e os preços de mercado. Por exemplo, uma propriedade que ele registrou por R$ 1,5 milhão poderia valer R$ 4,3 milhões, uma diferença de quase R$ 2,9 milhões. A evolução patrimonial do prefeito, que parece incompatível com seus ganhos como funcionário público, também levanta suspeitas de que parte das propinas foi direcionada para a compra de imóveis e empresas. As investigações continuam em andamento.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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