Câncer ligado ao 11 de setembro já causa mais mortes que ataques

Doenças afetadas por nuvens tóxicas após 11 de setembro
Após os ataques de 11 de setembro de 2001, nuvens tóxicas se espalharam em Nova York, contendo substâncias perigosas como amianto, sílica, metais pesados e fumaça cancerígena. Segundo informações dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, o colapso das Torres Gêmeas liberou partículas que permaneceram em áreas como Manhattan e Brooklyn por várias semanas. Além disso, incêndios que ocorreram nas proximidades seguiram ativos até dezembro de 2001, o que fez com que gases nocivos continuassem a ser liberados em 2002.
Estima-se que cerca de 400 mil pessoas tenham sido expostas a esses contaminantes em diferentes níveis. Isso inclui trabalhadores, estudantes, moradores e socorristas que respiraram ou tiveram contato diário com esses resíduos tóxicos. O Programa de Saúde do World Trade Center identificou mais de 350 agentes associados ao evento e suas consequências. Entre os problemas de saúde reconhecidos estão câncer, doenças respiratórias, refluxo e distúrbios de saúde mental, como o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Com o passar dos anos, a situação se complica ainda mais. O médico Steven Markowitz, da Queens College, explica que, à medida que o tempo avança, a população que foi exposta envelhece, o que pode resultar em um aumento nos diagnósticos de doenças. Mesmo pessoas que pareciam saudáveis no passado estão apresentando cânceres relacionados a essa exposição inicial.
Além dos danos físicos, a tragédia trouxe repercussões significativas para a saúde mental. O Programa de Saúde do World Trade Center contabiliza milhares de pacientes com transtorno de estresse pós-traumático, além de casos de depressão, ansiedade e síndrome do pânico. Essas questões de saúde mental são parte do legado que os eventos de 11 de setembro deixaram para muitos que viveram essa experiência.