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Macron procura novo primeiro-ministro após crise no governo francês

O presidente da França, Emmanuel Macron, enfrenta uma nova crise política com a saída do primeiro-ministro François Bayrou. Essa mudança ocorre após uma votação de confiança no parlamento, em que Bayrou foi derrotado por 364 votos contra 194. Ele deve apresentar oficialmente sua renúncia ao presidente nesta terça-feira.

Macron precisa escolher um novo premiê rapidamente. O próximo líder terá a difícil tarefa de unir o parlamento, que está dividido, e encontrar formas de aprovar o orçamento do próximo ano. A França enfrenta um desafio significativo, com um déficit que é quase o dobro do limite estabelecido pela União Europeia, que é de 3% do PIB, além de uma dívida que alcança 114% do PIB.

Entre os potenciais sucessores de Bayrou está o ministro da Defesa, Sébastien Lecornu. Macron também pode optar por um candidato da centro-esquerda ou por um tecnocrata. Não existem regras definidas que restrinjam suas escolhas ou a rapidez com que deve agir. A expectativa é que o novo primeiro-ministro seja nomeado nos próximos dias.

Partidos de oposição, como o Partido Socialista, já estão se manifestando, afirmando que é a vez deles assumir o comando do governo. O líder do partido, Olivier Faure, pediu uma maior representatividade da esquerda no governo.

A instabilidade política causada pela mudança de governo está gerando preocupação entre os empresários. Maya Noël, representante de um lobby de tecnologia, destacou que a incerteza já está afetando a confiança econômica e dificultando investimentos e contratações no setor de inovação.

Em meio a esse clima, o país se prepara para protestos marcados para a quarta-feira, 10 de outubro, com o movimento “Vamos Bloquear Tudo”. Essa mobilização ganha força nas redes sociais e lembra os protestos dos “Coletes Amarelos”, que ocorreram entre 2018 e 2019. Sem uma liderança clara, é difícil prever a escala e o impacto das manifestações.

O chefe de polícia de Paris, Laurent Nunez, anunciou que 80 mil policiais serão mobilizados em todo o território francês. As autoridades temem tentativas de bloqueio em rodovias e estações de trem, além de possíveis manifestações violentas. Para alguns, o movimento “Bloqueie Tudo” simboliza um pedido de mudanças mais amplas.

Um dos manifestantes, Alain Petit, de 61 anos, expressou sua indignação durante um evento em Clermont-Ferrand, dizendo que agora, com a renúncia de Bayrou, é hora de a população se livrar da velha guarda no governo. “Esse é um recado para Macron”, afirmou.

A descontentamento se estende para outras regiões do país, onde também foram organizados encontros para homenagear Bayrou e preparar as manifestações. Além disso, sindicatos anunciaram gabouros de greve e protestos para o dia 18 de setembro, sinalizando que as tensões políticas podem continuar escalando na França.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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