Justiça do RJ solicita prisão de Oruam por associação ao tráfico

Nesta terça-feira, 22 de agosto, o rapper Oruam foi indiciado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro por suspeita de associação ao Comando Vermelho, uma das principais facções criminosas do país. O judiciário também emitiu um mandado de prisão preventiva contra ele.
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O incidente que levou a esta situação ocorreu na noite anterior, quando policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes estavam em um carro não identificado na frente da casa de Oruam, localizada no Joá, zona Oeste do Rio. Os agentes abordaram um adolescente que tinha saído do local, acreditando que ele estava envolvido em atividades criminosas, incluindo roubo de carros e ligação com o tráfico de drogas.
Durante a abordagem, cerca de oito pessoas se reuniram na varanda da residência e começaram a atirar pedras no carro da polícia. Em vídeos compartilhados por Oruam nas redes sociais, é possível ver o rapper confrontando verbalmente o delegado Moysés Santana, que já havia prendido Oruam anteriormente em fevereiro. O rapper o insultou, acusando-o de covardia e abordando o clima tenso da situação. Durante a confusão, o adolescente conseguido escapar.
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Um dos homens envolvidos foi detido pelos policiais e autuado sob várias acusações, incluindo desacato e resistência à prisão. Em outro vídeo, ele afirma que não havia agredido ninguém enquanto era algemado. Ao fundo, podem ser ouvidas vozes femininas pedindo para que todos se acalmem. Oruam e os outros que estavam presentes conseguiram deixar o local sem serem detidos.
O rapper também gravou um vídeo onde relata que havia mais de 20 viaturas na frente de sua residência. Ele menciona que o mesmo delegado que havia tentado prendê-lo anteriormente chegou a apontar uma arma para ele e seus amigos, mas conseguiram escapar. Oruam ressaltou que se dirigiu ao Complexo da Penha após a confusão.
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O secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, comentou sobre o caso, afirmando que a investigação confirmou a relação de Oruam com o crime organizado, ligando o rapper a atividades da facção Comando Vermelho, que, segundo ele, é controlada pelo pai do artista, conhecido como Marcinho VP, que está preso em um presídio federal.
O indiciamento de Oruam envolve várias acusações, como tráfico de drogas, associação para o tráfico, lesão corporal, resistência qualificada, dano ao patrimônio público e desacato.
Em declaração à imprensa, Oruam afirmou que a abordagem policial foi abrupta e violenta, destacando que os agentes estavam à paisana. Segundo ele, os policiais entraram em sua casa armados, mas não encontraram nada de ilegal.
Após os comentários do delegado, o cantor Poze do Rodo expressou solidariedade a Oruam em suas redes sociais, referindo-se à situação como uma perseguição contra os artistas do funk. Ele também compartilhou seu descontentamento com a situação e sublinhou a necessidade de reação contra o que considera injustiças sendo praticadas contra os músicos da periferia. Poze do Rodo já havia enfrentado sua própria prisão em maio, um episódio que também gerou protestos e reivindicações de mudanças na abordagem policial.
A situação de Oruam lança luz sobre a relação tensa entre artistas de músicas populares e as forças de segurança, evidenciando a multiplicidade de desafios enfrentados por esses artistas em suas comunidades.
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