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A ousadia da Yamaha: nova moto vem com “coração” de carro alemão esportivo

Todo motociclista conhece o pavor. Pilotar à noite é mergulhar em um breu, com um farol que, na maioria das motos, mais parece uma vela do que uma fonte de luz. É uma sensação de vulnerabilidade constante, um medo de não ver um buraco, um animal na pista ou um pedestre.

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Você tem duas escolhas terríveis: usar o farol baixo e não enxergar quase nada, ou usar o alto e correr o risco de cegar o motorista que vem na direção contrária.

Enquanto isso, os carros desfilam com seus faróis de LED inteligentes, que transformam a noite em dia. Por anos, os motociclistas se perguntaram: por que essa tecnologia incrível, que salva vidas, não chega ao mundo das duas rodas? Por que estamos presos a uma iluminação que parece vinda do século passado?

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Mas, e se eu te dissesse que uma das maiores fabricantes de motos do Japão decidiu cometer uma “heresia” para acabar com esse problema?

E se, para resolver essa questão, a Yamaha tivesse quebrado uma tradição e buscado ajuda justamente em um lugar impensável: no coração da engenharia de uma gigante de carros de luxo da Alemanha?

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Acredite, essa aliança profana aconteceu, e o resultado é uma moto com um farol que “pensa”.

A Yamaha Tracer 9 GT+: a moto que ‘pensa’ como um Audi

A grande revolução está na nova Yamaha Tracer 9 GT+. A marca japonesa, em uma atitude de vanguarda, decidiu que não iria reinventar a roda.

Em vez disso, ela foi até o Grupo Volkswagen e adquiriu a tecnologia de faróis de LED matriciais adaptativos da Audi, uma das mais avançadas do mundo automotivo. A Yamaha pegou o “coração” tecnológico de um carro alemão e o transplantou para uma moto japonesa.

O farol que ‘enxerga’ e não cega ninguém

A magia desta tecnologia é que ela resolve o maior dilema do piloto noturno. Com o sistema da Audi, você pode andar com o farol alto ligado o tempo todo. Como isso é possível sem cegar os outros?

  • Sensores inteligentes: A moto está equipada com sensores que detectam outros veículos, pedestres e qualquer fonte de luz na via.
  • LEDs que ‘desligam’: O farol não é uma única lâmpada, mas uma matriz com vários pontos de LED. Ao detectar um carro vindo na direção contrária, o sistema apaga instantaneamente apenas os LEDs que iluminariam aquele carro, criando uma “sombra” que se move junto com ele.
  • Resultado: O motorista do outro carro não é ofuscado, mas todo o resto da estrada — o acostamento, as placas, a pista — continua perfeitamente iluminado pelo seu farol alto.

Veja mais: Moto sem CNH: quanto custa uma belezinha assim

O desafio extra: fazer um farol de carro funcionar em uma moto

Mas a Yamaha não podia simplesmente “copiar e colar” a tecnologia. Havia um problema fundamental: motos se inclinam nas curvas, carros não. Um farol de carro em uma moto iluminaria o céu em uma curva para a direita e o chão em uma curva para a esquerda.

A solução foi um feito de engenharia. A Yamaha refez todo o sistema, que agora detecta quando a moto atinge um ângulo de inclinação de 7 graus ou mais. Ao fazer isso, o feixe de luz se ajusta automaticamente, iluminando a parte interna da curva, exatamente para onde o piloto está olhando e indo.

Veja mais:Pneu fatal! Como não errar nesse detalhe da sua moto

É a peça que faltava para que a segurança dos carros de luxo finalmente chegasse, de forma inteligente, ao mundo das duas rodas.

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Rodrigo Campos

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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