Em um mundo acelerado e ansioso, uma boa noite de sono se tornou o artigo de luxo mais cobiçado. Na busca desesperada por um descanso reparador, uma nova e obsessiva tendência do TikTok, conhecida como “sleepmaxxing”, está viralizando e prometendo o sono perfeito através de um verdadeiro ritual. A promessa é tentadora: acordar revigorado, produtivo e com a saúde em dia.
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A “trend” envolve uma série de práticas, desde o uso de fitas na boca para forçar a respiração nasal, passando pela suplementação pesada de magnésio e melatonina, até o consumo de kiwis antes de deitar.
Milhares de jovens e adultos estão aderindo, compartilhando suas rotinas complexas e os supostos resultados milagrosos. Contudo, por trás dessa busca pela otimização do sono, esconde-se um perigo real e, em alguns casos, até mortal.
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O que começa como uma tentativa de melhorar a saúde pode rapidamente se transformar em uma obsessão perigosa, com práticas que não têm comprovação científica e que podem mascarar problemas graves de saúde.
Antes de tapar sua boca com uma fita adesiva ou se entupir de suplementos, você precisa saber o que especialistas estão dizendo sobre os riscos assustadores desta nova moda.
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A prática que pode te levar a um ‘último suspiro’
De todas as práticas do “sleepmaxxing”, a mais perigosa é, sem dúvida, o “mouth taping”, o ato de colar uma fita adesiva sobre os lábios para garantir que a respiração ocorra apenas pelo nariz durante a noite.
A ideia é que a respiração nasal é mais saudável, o que, em princípio, é verdade. No entanto, a execução desta técnica sem acompanhamento médico é um convite ao desastre.
- Risco de asfixia: Para pessoas que sofrem de apneia obstrutiva do sono não diagnosticada — um distúrbio muito comum —, vedar a boca pode ser fatal. O bloqueio da via nasal, somado à boca tapada, pode levar a uma queda crítica nos níveis de oxigênio.
- Problemas de pele: A cola da fita pode causar irritações, dermatites e alergias nos lábios e na pele ao redor.
- Falsa solução: A respiração bucal é, muitas vezes, um sintoma de outro problema, como desvio de septo ou alergias. Tapar a boca é apenas mascarar o sintoma, não tratar a causa.
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A armadilha dos suplementos e da obsessão por dados
Outro pilar perigoso do “sleepmaxxing” é a automedicação com suplementos. Embora a melatonina e o magnésio possam ajudar em casos específicos, seu uso indiscriminado e sem orientação médica é um erro grave.
O excesso de melatonina pode desregular completamente o ciclo circadiano natural do corpo, enquanto altas doses de magnésio podem causar problemas gastrointestinais e interagir com outros medicamentos.
Além disso, a obsessão por monitorar o sono com aplicativos e smartwatches pode levar a um quadro de ortossonia, um transtorno de ansiedade onde a pessoa fica tão obcecada em atingir a pontuação perfeita de sono que acaba não conseguindo relaxar.
O estresse de “performar” bem durante o sono, ironicamente, acaba por piorar a sua qualidade.
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O que realmente funciona (e não te coloca em risco)
Especialistas são unânimes: a base para um bom sono não está em truques mirabolantes, mas sim no básico bem-feito.
- Rotina: Tente dormir e acordar sempre nos mesmos horários.
- Ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura mais fria, entre 18°C e 20°C.
- Luzes: Evite a luz azul de telas (celulares, TVs) pelo menos uma hora antes de deitar.
- Alimentação: Evite refeições pesadas e cafeína perto da hora de dormir.
Se você tem dificuldades persistentes para dormir, o caminho não é uma “trend” do TikTok, mas sim a busca por um médico especialista em sono. Ele poderá diagnosticar a real causa do seu problema e indicar um tratamento seguro e eficaz.
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