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Servidores do RS se mobilizam nas ruas na sexta (16) por reposição salarial e em defesa do IPE

Na próxima sexta-feira, 16 de março, a Frente dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (FSP/RS) realizará um ato em defesa da reposição salarial e da saúde pública. O evento começará às 9h, em frente ao prédio do IPE Saúde, e seguirá até o Palácio Piratini, sede do governo do estado. O principal objetivo é exigir a recomposição de 12,14% nas remunerações dos servidores estaduais e chamar a atenção para a precarização do Instituto de Previdência do Estado.

O IPE Saúde é responsável pelo atendimento de cerca de 1 milhão de servidores estaduais e seus dependentes, mas vem enfrentando diversos problemas nos últimos anos. O descredenciamento de profissionais de saúde e a redução na qualidade dos serviços têm gerado muitas queixas. Os segurados têm relatado dificuldades, como o fechamento de emergências e a ameaça de hospitais importantes, como o Ernesto Dornelles e a Santa Casa, de interromper serviços prestados ao IPE.

A data do ato foi definida em uma reunião na sede do Sindicato das Professoras(es) e Funcionárias(os) de Escola do RS (Cpers), com a participação de representantes de 25 entidades do funcionalismo público. Rosane Zan, presidente do Cpers, destacou que a categoria enfrenta uma defasagem salarial superior a 70% desde 2014, criticando a falta de atenção do governo. Ela ressaltou a importância do papel dos servidores na manutenção dos serviços públicos, como educação e saúde.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os 12,14% solicitados se enquadram nos limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Rosane enfatizou que essa luta não é apenas por salários, mas pela dignidade dos que trabalham para o bem-estar da sociedade.

A situação dos aposentados também é motivo de preocupação. Apesar da reposição geral de 6% dada pelo governador Eduardo Leite em 2022, muitos aposentados não recebem aumentos há dez anos. Alterações na Previdência reduziriam ainda mais seus salários, resultando em uma defasagem de aproximadamente 80%. Durante o mesmo período, a cesta básica no estado viu um aumento de 120%, enquanto o preço dos medicamentos subiu 94%. Algumas categorias enfrentam situações específicas quanto à aposentadoria.

Em fevereiro deste ano, a Assembleia Legislativa aprovou um reajuste de 6,27% para professores estaduais. No entanto, cerca de 25% dos aposentados não poderão receber a totalidade desse aumento, devido a mudanças nas regras do plano de carreira do magistério, que foram implementadas em 2020 com o apoio do governo. Parte do aumento do piso dos professores é descontada da chamada “parcela de irredutibilidade”, que preserva o salário base nos processos de reestruturação.

Entre as entidades que fazem parte da FSP/RS, o Sindicaixa é uma delas. Seu presidente, Érico Corrêa, afirmou que a insatisfação é uma sensação comum entre os servidores. Em abril deste ano, o sindicato já havia realizado outro ato em protesto contra a falta de reposição salarial. Corrêa também mencionou que a crise no IPE Saúde é um reflexo da crise salarial enfrentada no estado.

O Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do Rio Grande do Sul (UGEIRM) também participará do ato. Fábio Nunes Castro, vice-presidente da entidade, ressalta que a categoria tem enfrentado desonerações devido a problemas na remuneração. Conforme Castro, desde 2015, os reajustes salariais no rio Grande do Sul não superaram o aumento da inflação, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor. A mobilização da próxima sexta-feira busca trazer à tona essas questões e exigir mudanças urgentes.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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