Rearmamento da Europa ‘é uma loucura’, afirma Lula em Moscou

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao final de sua visita a Moscou, criticou o plano de rearmamento da União Europeia, afirmando que os investimentos em defesa devem ser direcionados ao combate à fome no mundo. Lula destacou que é inadequado gastar trilhões de dólares em armas enquanto muitas pessoas ainda enfrentam a miséria.
Durante sua estada na Rússia, Lula participou das comemorações pelos 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial. Sua agenda incluiu um jantar com o presidente russo, Vladimir Putin, a participação em um desfile militar na Praça Vermelha e reuniões bilaterais com Putin e o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico. O governo brasileiro já havia informado anteriormente que um dos objetivos da viagem era reforçar a autonomia da política externa do país.
O presidente também reafirmou a posição do Brasil em relação ao conflito na Ucrânia, condenando a intervenção da Rússia e se colocando à disposição para ajudar na mediação. Ele reiterou o compromisso brasileiro de que é contra a ocupação de território de outro país.
Lula mencionou que o Brasil faz parte de um grupo de países emergentes, junto com a China, e expressou a disposição do Brasil em colaborar nas negociações, caso ambas as partes do conflito estejam abertas a isso. Ele enfatizou que incentivar a guerra é insensato.
Ao falar sobre a importância da visita, Lula ressaltou seu compromisso com o fortalecimento do multilateralismo, afirmando que é fundamental aprender com a história para evitar atrocidades, como as que marcaram a Segunda Guerra Mundial. Ele afirmou que o Brasil mantém uma posição clara e pacifista em relação ao conflito na Ucrânia.
Lula também comentou sobre a relevância das comemorações do Dia da Vitória. Ele lembrou que a Rússia foi um dos países que mais sofreu com a guerra, perdendo cerca de 26 milhões de pessoas. Para ele, a data representa muito mais do que um simples desfile militar; trata-se de uma celebração profunda que ressoa em toda a nação, sublinhando a importância de nunca mais permitir que ideologias extremistas, como o nazismo, ganhem força novamente no mundo.
O presidente brasileiro assistiu ao desfile militar do Dia da Vitória ao lado da primeira-dama, Janja, juntamente com outros membros de sua delegação, como o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, o chanceler Mauro Vieira e a ministra Luciana Santos.