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O líquido bizarro que a NASA fará astronautas beberem no espaço

Você já parou para pensar em como os astronautas matam a sede no espaço? A resposta pode embrulhar o seu estômago, mas a verdade é que a NASA está prestes a levar a reciclagem a um nível que beira o inacreditável.

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Em um ambiente onde cada gota de recurso é vital, a agência espacial americana desenvolveu uma tecnologia que promete revolucionar as viagens de longa duração, mas que envolve um processo, digamos, bastante íntimo.

Afinal, estamos falando de transformar o suor e até mesmo a urina dos tripulantes em água potável. Isso mesmo, você não leu errado. A ideia, que pode parecer saída de um filme de ficção científica com uma pitada de nojo, é na verdade um dos pilares para o futuro da exploração espacial.

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Contudo, antes de torcer o nariz, a agência garante: a água resultante é mais pura do que a que a maioria de nós bebe aqui na Terra.

Essa inovação não é apenas um capricho tecnológico, mas uma necessidade absoluta para missões que sonham em ir a Marte e além. Imagine o desafio logístico e o peso monumental que seria levar toda a água necessária para uma viagem de meses ou anos.

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Seria simplesmente inviável. É aqui que a ciência entra em cena, mas o método para alcançar essa autossuficiência é o que realmente vai te surpreender.

Como a “mágica” realmente acontece a bordo?

O sistema por trás dessa proeza é o ECLSS (Sistema de Controle Ambiental e Suporte à Vida). Ele funciona como o coração e os pulmões da Estação Espacial Internacional, mas um de seus subsistemas mais incríveis é o que cuida da recuperação de água.

Ele capta toda a umidade do ar, incluindo o suor liberado pelos astronautas e a condensação dos equipamentos. Mas o grande astro do show é, sem dúvida, o Processador de Urina.

Este equipamento, através de um processo avançado de destilação a vácuo, transforma o que seria um resíduo em água recuperada. A tecnologia é tão eficiente que, com a adição de um novo componente, o Processador de Salmoura (BPA), o sistema alcançou um marco impressionante.

A salmoura, um resíduo líquido concentrado que ainda continha um pouco de água, agora também é tratada, elevando a taxa de recuperação total para um patamar histórico.

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Os números que provam: mais limpo que a sua água

Pode parecer estranho, mas os dados não mentem. Com a implementação completa do sistema, a NASA agora consegue reciclar impressionantes 98% de toda a água a bordo da estação. O processo de purificação é extremamente rigoroso e envolve múltiplas etapas:

  • Filtros especiais: Removem as impurezas maiores.
  • Reator catalítico: Quebra qualquer composto orgânico e químico restante.
  • Sensores de alta precisão: Monitoram a qualidade da água em tempo real. Se não estiver perfeita, ela volta para o início do processo.
  • Adição de iodo: Para garantir que nenhum micro-organismo sobreviva e a água possa ser armazenada com segurança.

O resultado é H₂O em sua forma mais pura, superando os padrões de qualidade de muitas fontes de água potável na Terra.

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O futuro da exploração depende deste líquido

O sucesso do ECLSS não significa apenas economia e eficiência, mas sim a viabilização do nosso próximo grande salto como espécie. Para que os seres humanos possam estabelecer uma presença duradoura na Lua e, eventualmente, pisar em Marte, a capacidade de gerar recursos no local é fundamental.

Menos carga de suprimentos significa mais espaço e peso disponíveis para equipamentos científicos e tecnologia de ponta.

Portanto, da próxima vez que você beber um copo de água, lembre-se: no espaço, os astronautas estão brindando à ciência com um líquido que, apesar de sua origem bizarra, carrega a promessa de um futuro interplanetário.

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Rodrigo Campos

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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