Mosca-dos-estábulos prejudica agricultura em MS: como combater

Mosca-dos-estábulos se torna preocupação para a agropecuária em Mato Grosso do Sul
A mosca-dos-estábulos, um inseto conhecido cientificamente como Stomoxys calcitrans, se tornou uma das principais ameaças para a produção agropecuária em Mato Grosso do Sul. Sua presença tem aumentado consideravelmente, tanto no estado quanto em outras regiões como São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais. O crescimento das áreas de cultivo de cana-de-açúcar, a má gestão de resíduos das usinas e a rápida adaptação do inseto são os fatores principais que contribuem para essa situação.
Pesquisadores da Embrapa Gado de Corte, localizada em Campo Grande, têm se dedicado a estudar maneiras eficazes de controlar essa praga. De acordo com os médicos-veterinários Paulo Cançado e Thadeu Barros, que atuam na instituição, os surtos da mosca-dos-estábulos foram mais frequentes na última década, com nove anos seguidos de infestação, superando os registros das quatro décadas anteriores. No entanto, até o momento, não foi encontrada uma solução definitiva para o problema.
Os especialistas alertam para os riscos do uso contínuo de produtos químicos para combater a mosca, já que isso pode levar à resistência do inseto e causar danos ao meio ambiente. Por isso, eles recomendam a adoção de práticas de monitoramento e manejo mais sustentáveis. Entre essas práticas, destacam-se:
- Monitoramento Populacional: Acompanhar a população do inseto em usinas e propriedades rurais.
- Manejo do Solo: Evitar o acúmulo de umidade na palhada e no solo.
- Armazenamento Correto da Vinhaça: Evitar o armazenamento inadequado que possa favorecer a proliferação do inseto.
Os agricultores também devem estar atentos a pontos de reprodução da mosca. Isso inclui limpar regularmente os cochos usados para armazenar ração e remover qualquer fonte de matéria orgânica acumulada que possa servir de lar para os insetos. Essas ações são especialmente importantes durante o período de chuvas e na entressafra da cana-de-açúcar, quando os surtos tendem a se intensificar.
A colaboração entre usinas e pecuaristas tem mostrado resultados positivos, com uma redução nos focos de infestação quando se estabelece um diálogo eficaz entre os setores. Contudo, os especialistas lembram que a mosca-dos-estábulos, que se assemelha à mosca doméstica, ainda representa um desafio e exige monitoramento constante nas propriedades.