No dia 20 de agosto, faleceu o professor Pedro Esteves Pereira, conhecido por seu histórico envolvimento no movimento sindical e nas lutas políticas em Minas Gerais.
Pedro era o filho mais velho de um militar da Força Aérea Brasileira e cresceu em uma família com onze irmãos, hoje reduzida ao filho caçula. Convicto do celibato, ele dedicou sua vida à luta política, social e sindical, sem deixar herdeiros.
Devido às dificuldades financeiras de sua família, Pedro começou a estudar mais tarde. Ele completou o supletivo na década de 1960, alcançando o primeiro lugar no Brasil. Posteriormente, ingressou na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde também ficou em primeiro lugar no vestibular para o curso de Geografia, obtendo tanto a licenciatura quanto o bacharelado na área.
Além de sua formação acadêmica, Pedro era um autodidata em ciências políticas e sociais. Desde seus anos universitários, ele se envolveu na resistência ao regime militar, enfrentando perseguições que resultaram na perda de seu cargo como fiscal municipal.
Mesmo com problemas de saúde, incluindo uma doença autoimune, Pedro nunca se afastou do ativismo político. Ele enfrentou a Polícia Militar em diversas ocasiões e continuou a lutar por seus ideais, mesmo em meio a sua batalha contra uma doença rara.
Em 1979, ele foi um dos líderes da greve na cidade de Contagem, onde lecionava. Nesse movimento, ajudou a fundar a Associação de Professores de Contagem, junto a personalidades como o ex-deputado Durval Ângelo e Marcus Vinicius de Oliveira. Pedro também se destacou por realizar uma greve de fome, buscando a abertura de negociações, um ato especialmente difícil para ele, dada sua condição de saúde.
Após a redemocratização do país, ele se filiou ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), fundado por Leonel Brizola, com quem manteve uma amizade. Durante sua vida, Pedro participou ativamente de várias lutas políticas, contribuindo para a história recente de Minas Gerais e do Brasil.
Pedro Esteves Pereira é lembrado por seu papel fundamental na resistência à ditadura militar e por sua contribuição à luta pela democracia, um valor que continua sendo ameaçado atualmente. Seu legado permanece como um exemplo de dedicação e comprometimento com a justiça e a liberdade.
