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Meta está cancelando contas e a sua pode estar na mira

Imagine a cena: você acorda, pega o celular para dar aquela espiada matinal no Instagram e se depara com a tela da morte. “Sua conta foi suspensa”. Sem aviso prévio, sem uma explicação clara. Anos de fotos, de memórias, de contatos e, para muitos, o principal canal de trabalho, simplesmente desapareceram. Um clique, e sua identidade digital foi decapitada.

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O que vem a seguir é um labirinto kafkiano de frustração. Você tenta apelar, mas encontra apenas respostas automáticas e mensagens genéricas que dizem que você violou os “Padrões da Comunidade”. Mas quais padrões?

O que você fez de errado? O sistema não diz. Você está condenado, mas não sabe qual foi o seu crime.

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Pior ainda, essa “guilhotina” digital não está caindo sobre uma ou duas pessoas. Nos últimos dias, uma onda de banimentos em massa nas plataformas da Meta (Instagram, Facebook e Threads) está atingindo milhares de brasileiros.

E o que torna tudo mais absurdo e assustador é que, em muitos casos, as vagas acusações que chegam depois são de crimes bárbaros, como exploração infantil, imputadas a perfis comuns, de pais de família e pequenos empreendedores, que obviamente nada têm a ver com isso.

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O ‘juiz robô’: a falha na inteligência artificial que virou uma caça às bruxas

O que está por trás dessa onda de terror digital? Segundo especialistas e os próprios usuários afetados, o culpado mais provável é o novo sistema de moderação da Meta, um “juiz robô” movido por inteligência artificial.

Na tentativa de automatizar a fiscalização, a empresa teria criado um algoritmo que está, aparentemente, enlouquecido. Ele estaria gerando milhares de “falsos positivos”, ou seja, identificando postagens e perfis completamente inocentes como se fossem infratores.

Sem a devida supervisão humana, esse “juiz” está proferindo sentenças de morte digital em massa, em uma verdadeira caça às bruxas tecnológica.

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A ‘morte’ do negócio: o prejuízo financeiro e emocional dos banidos

Para muitas vítimas, a perda da conta vai muito além da tristeza de perder as fotos das férias. É uma catástrofe financeira.

  • O prejuízo imediato: Pequenos empresários, autônomos e influenciadores que usam o Instagram como principal vitrine e canal de vendas perdem, da noite para o dia, toda a sua fonte de renda.
  • A humilhação pública: Ser acusado, mesmo que por um robô, de crimes hediondos, gera um dano reputacional e emocional gigantesco.
  • O abandono: O processo de apelação da Meta é descrito como inútil, e um suporte humano direto só está disponível para quem paga a assinatura do “Meta Verified”. A grande maioria dos usuários é simplesmente deixada em um limbo digital, sem ninguém para quem recorrer.

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O silêncio da Meta e a lição do passado

Até o momento, a Meta não se pronunciou oficialmente sobre esta onda de banimentos no Brasil, um silêncio que só aumenta a angústia e a revolta dos usuários.

A esperança, no entanto, vem do passado. Outras gigantes da tecnologia, como o Pinterest, já passaram por situações semelhantes de banimentos em massa por falhas em seus algoritmos e, após a pressão pública, acabaram reconhecendo o erro e revertendo as suspensões.

A lição que fica é a de que nossa vida digital está cada vez mais nas mãos de algoritmos opacos e falíveis, e a falta de um canal de suporte humano e justo é uma das maiores falhas da era das redes sociais.

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Rodrigo Campos

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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