A lágrima da Lua: o mistério de 50 anos que a Nasa desvendou em pedaço de vidro

Em 1972, durante a última e lendária missão tripulada à Lua, a Apollo 17, os astronautas fizeram uma descoberta que intrigou a ciência por meio século. Em meio à poeira cinzenta e sem vida da superfície lunar, eles encontraram um solo de cor diferente, salpicado por milhões de minúsculas e brilhantes contas de vidro alaranjado. Pareciam pequenas joias, um tesouro inesperado em um mundo desolado.
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Essas “lágrimas” da Lua foram cuidadosamente coletadas e trazidas para a Terra. Os cientistas sabiam que elas eram importantes, que continham segredos sobre o passado violento e vulcânico do nosso satélite.
Mas, por 50 anos, a tecnologia que tínhamos não era capaz de ler a mensagem completa que estava trancada dentro daquele vidro.
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Mas agora, o enigma foi finalmente desvendado. Usando tecnologias que parecem saídas da ficção científica, uma equipe de pesquisadores de algumas das maiores universidades do mundo conseguiu “interrogar” essas pequenas esferas e o que elas revelaram reescreve parte do que sabíamos sobre a formação e a composição da Lua.
O ‘vulcão’ lunar: de onde vieram as lágrimas cor de laranja?
A primeira parte do mistério já era suspeitada, mas agora foi confirmada com detalhes impressionantes. As contas de vidro são, de fato, o resultado de erupções vulcânicas explosivas que ocorreram na Lua há mais de 3,3 bilhões de anos, quando ela ainda era um corpo geologicamente ativo.
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A análise mostrou que elas são, literalmente, gotas de lava que foram cuspidas para o alto e, ao entrarem em contato com o vácuo gelado do espaço, se solidificaram instantaneamente na forma dessas pequenas esferas perfeitas, antes mesmo de caírem de volta na superfície.
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O ‘DNA’ do vidro: a descoberta que muda o que sabíamos sobre a Lua
A grande revolução, no entanto, só foi possível graças a equipamentos modernos, como microssondas iônicas e tomógrafos de sonda atômica, que permitiram aos cientistas analisar a composição química do vidro em uma escala nunca antes vista. E, dentro dessas pequenas “lágrimas”, eles encontraram uma surpresa:
- A presença de nanominerais raros, formados por uma combinação de zinco, ferro e enxofre.
Essa descoberta é chocante porque prova que os gases liberados pelos vulcões da Lua eram muito mais complexos e ricos em elementos do que se imaginava.
Isso indica que o interior da Lua, o seu magma, tinha uma “receita” química muito diferente da que temos na Terra, abrindo um novo capítulo na história da evolução do nosso satélite.
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A ‘cápsula do tempo’: o que as contas de vidro nos ensinam sobre o passado
A solução para este mistério de 50 anos não é apenas uma curiosidade científica. Cada uma dessas contas de vidro, com menos de 1 milímetro de diâmetro, funciona como uma cápsula do tempo perfeita.
Por terem sido criadas e preservadas no vácuo do espaço, elas são um registro intacto, um “fóssil” da atividade vulcânica e da composição do interior da Lua há bilhões de anos.
Elas são as páginas da autobiografia da Lua, que só agora, com a tecnologia do século 21, estamos finalmente começando a aprender a ler.
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