Japão investe US$ 550 bi nos EUA e Trump diminui tarifa a 15%

Acordo Econômico entre EUA e Japão: Detalhes e Implicações
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O governo dos Estados Unidos anunciou um acordo econômico com o Japão, considerado pela Casa Branca como “histórico” e um “realinhamento estratégico” nas relações entre as duas nações. O acordo foi revelado em um documento divulgado nesta quarta-feira (23).
Dentre os principais pontos do acordo, destaca-se o comprometimento do Japão em investir US$ 550 bilhões (cerca de R$ 3 trilhões) para apoiar o crescimento de indústrias nos EUA. Segundo a Casa Branca, esse é o maior compromisso de investimento estrangeiro já firmado por um país. Do total investido, 90% dos lucros ficarão nos Estados Unidos, levantando questões sobre a validade desse pacto.
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As tarifas sobre produtos japoneses também foram reduzidas, passando para 15%. No entanto, o governo americano havia cogitado aumentar essa taxa para 25% em agosto, o que não ocorreu após a firmação do novo acordo. As tarifas de 50% sobre o aço e alumínio japonês, contudo, permanecem inalteradas.
Reações e Interpretações
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O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, comentou que não está claro se os investimentos serão feitos com capital próprio ou por meio de empréstimos, mas manifestou confiança de que o dinheiro será entregue. Em resposta a questionamentos sobre a proporção dos lucros, Lutnick insinuou que o Japão aceitou a redução das tarifas em troca do investimento.
Analistas do setor estão preocupados. Especialmente a indústria automobilística americana, que já enfrenta tarifas sobre seus produtos. As montadoras como Ford, GM e Stellantis ainda lidam com uma carga tributária elevada para carros fabricados fora do país. No acordo, os veículos japoneses terão uma taxa inferior de 15%, enquanto as montadoras americanas ainda enfrentam tarifas de 25% sobre importações e 50% sobre aço e alumínio.
Investimentos e Contexto
O Japão é atualmente o maior investidor no mercado norte-americano, com investimento registrado em 2024 de US$ 819,2 bilhões. Portanto, há incertezas se os US$ 550 bilhões anunciados são novos investimentos ou parte dos fluxos que já acontecem continuamente.
Ding Yifang, um economista, questiona a eficácia do acordo, afirmando que os termos podem não trazer os benefícios esperados para o Japão, que não estaria disposto a sacrificar sua indústria em nome da redução de tarifas.
Implicações para a China
O acordo também é visto como um movimento estratégico em relação à China. Segundo Yifang, a política tarifária americana busca criar um clima de pressão sobre o governo chinês para que este aceite negociações. A data limite para a reimplementação de tarifas ao comércio com a China é em 12 de agosto, enquanto que para outros países é em 1º de agosto. As próximas rodadas de negociações entre EUA e China ocorrerão na próxima semana em Estocolmo, na Suécia.
Esse cenário levanta várias questões sobre a dinâmica das relações comerciais globais e as reais intenções por trás dos acordos firmados. A discussão sobre o impacto desse acordo no mercado global ainda está apenas começando.
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