General confirma plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes

O general da reserva Mario Fernandes, que trabalhou na Secretaria-Geral da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro, afirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele é o autor de um documento que propunha o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes. O depoimento foi dado nesta quinta-feira (24).
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Fernandes está preso desde novembro de 2024, depois de ser identificado como um dos integrantes do grupo chamado “kids pretos”. Esse grupo é composto por militares que, sob o comando do general Walter Braga Netto, teria tido um papel importante na tentativa de golpe de Estado ocorrida em 8 de janeiro.
Em sua declaração, o general disse: “Confirmo. Esse arquivo digital nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado — um compilar de dados, um estudo de situação, uma análise de riscos que eu fiz e, por hábito, decidi digitalizar”. O documento em questão é conhecido como “Punhal Verde e Amarelo” e detalhava um plano para assassinar as autoridades do Executivo e Judiciário.
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Apesar de confirmar a autoria do documento, Fernandes tentou se defender, alegando que ele “não foi apresentado a ninguém”. Segundo ele, o plano foi impresso para que pudesse ler fora das telas do computador e, logo depois, ele rasgou o papel. No entanto, o general foi questionado sobre por que ele imprimiu três cópias em uma impressora localizada no Palácio do Planalto e, em seguida, se dirigiu ao Palácio da Alvorada, que era a residência oficial de Bolsonaro na época.
Ao ser indagado, Fernandes atribuiu a quantidade de cópias à configuração da impressora e disse que ir para o Alvorada logo em seguida foi apenas uma coincidência.
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Este interrogatório faz parte de uma das etapas finais do processo penal que julga os suspeitos da tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro. A decisão do tribunal pode levar à condenação ou absolvição dos réus do chamado núcleo 2, do qual Fernandes é um dos integrantes. O julgamento deve acontecer no segundo semestre deste ano.
A denúncia feita pela Procuradoria Geral da República (PGR) sobre a tentativa de golpe foi dividida em quatro núcleos. O primeiro núcleo, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete outros réus, foi interrogado no mês passado, e essa parte do processo está na fase das alegações finais, que deverá ser julgada em setembro.
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