Notícias

Familiares de Victor Cerqueira estão em audiência sobre letalidade policial

A letalidade policial na Bahia foi tema de uma audiência pública realizada em Salvador na sexta-feira, 30. O evento, promovido pela Defensoria Pública do Estado da Bahia por meio da sua Coordenação de Direitos Humanos, teve como principal objetivo discutir casos de violência estatal, contando com a presença de familiares de vítimas. Entre eles, estavam Luzia e Adriana, mãe e prima de Victor Cerqueira Santos Santana, conhecido como Vitinho, um jovem negro assassinado no dia 10 de maio em Caraíva, uma localidade no sul da Bahia.

A audiência ocorreu das 9h às 13h no Auditório Raul Chaves, na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, localizada no bairro da Graça. O caso de Vitinho desencadeou uma mobilização pública significativa, com mais de 30 mil assinaturas em um abaixo-assinado na plataforma Change.org. Essa petição, entregue ao Ministério Público da Bahia, reivindica uma investigação rigorosa do caso, a responsabilização dos envolvidos e apoio à família de Vitinho.

Durante a audiência, Luzia e Adriana também entregaram uma cópia do documento à Defensoria Pública, buscando garantir que o caso de Vitinho e de outras vítimas de violência policial recebam a devida atenção. Além da morte de Vitinho, outros dois assassinatos ocorridos na Bahia foram discutidos, com o intuito de dar visibilidade às vítimas e exigir respostas do governo e das autoridades competentes.

Recentemente, uma projeção visual foi realizada na escadaria da Igreja do Passo, no bairro Santo Antônio Além do Carmo, como homenagem a Vitinho. Esse evento destacou o clamor por justiça, relembrando a brutalidade do assassinato do guia turístico, que foi encontrado com sinais de tortura. O caso continua sendo investigado sob sigilo pelo Ministério Público, pela Polícia Civil e pela Corregedoria da Polícia Militar.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023, a Bahia foi apontada como o estado com a maior taxa de letalidade policial em 2022, representando 22,77% das mortes cometidas por intervenções policiais no país. Um estudo da Rede de Observatórios de Segurança, denominado “Pele Alvo: a cor que a polícia apaga”, revela que, em 2021, quase 60% das vítimas de ações estatais na Bahia eram pessoas negras. Esses dados evidenciam a urgência de uma discussão profunda sobre a violência policial e suas implicações sociais.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo