A fábrica de endividados do Brasil pode ter seus dias contados com nova ação nas escolas

A cena é um drama nacional. Milhões de brasileiros, mesmo com diploma universitário, com bons empregos e trabalhando duro, vivem em um labirinto financeiro. Estão presos no rotativo do cartão de crédito, no cheque especial, sem conseguir fazer uma poupança ou planejar o futuro.
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O “nome sujo” se tornou uma epidemia, e a sensação de estar sempre “correndo atrás do rabo” é a realidade para a maioria.
Nós nos perguntamos: por que isso acontece? Por que, em um país com tanto potencial, somos tão despreparados para lidar com dinheiro? A resposta é simples e dolorosa. Nós aprendemos na escola sobre a mitocôndria, a Revolução Francesa e a fórmula de Bhaskara.
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Mas ninguém nunca nos ensinou o básico sobre juros compostos, orçamento ou como investir. Nossa escola, por décadas, foi uma eficiente “fábrica de endividados”.
Mas, e se eu te dissesse que essa fábrica pode estar com os dias contados? E se uma “vacina” contra o descontrole financeiro estivesse prestes a se tornar obrigatória em todas as escolas do país?
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Um projeto de lei histórico acaba de dar um passo decisivo em Brasília, e ele promete mudar para sempre a relação dos nossos filhos e netos com o dinheiro.
A ‘vacina’ da prosperidade: o projeto que torna a educação financeira obrigatória
Na última segunda-feira (23), a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados deu o sinal verde. Foi aprovado um projeto de lei que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) para incluir, de forma obrigatória, a educação financeira nos currículos do ensino fundamental e do ensino médio.
A proposta agora segue para a análise final na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, se aprovada, pode ir para a votação em plenário. É o passo mais concreto que o Brasil já deu para quebrar o ciclo da pobreza e do endividamento através da educação.
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O ‘manual’ anti-dívidas: o que as crianças vão aprender na escola?
Mas o que, na prática, as crianças e adolescentes aprenderiam? A ideia não é transformar as crianças em “tubarões” do mercado financeiro, mas sim em cidadãos conscientes e com autonomia para tomar boas decisões. O “manual” anti-dívidas que será ensinado incluirá:
- Consumo Consciente: A diferença entre “querer” e “precisar”.
- Orçamento Pessoal: Como organizar uma mesada, um pequeno salário, e entender para onde o dinheiro está indo.
- O Poder da Poupança: A importância de guardar dinheiro para realizar sonhos e para emergências.
- Noções de Investimento: O básico sobre como fazer o dinheiro trabalhar para você.
- Direitos do Consumidor: Como se proteger de armadilhas e de práticas abusivas.
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Mas isso já está valendo? A ‘batalha final’ pela aprovação
Embora a aprovação na Comissão de Educação seja uma vitória gigantesca, a “vacina” ainda não está no braço das crianças. O projeto precisa passar pela CCJ e pelo plenário da Câmara e do Senado.
Mas, e aqui está a grande notícia, o próprio Ministério da Educação (MEC), em paralelo, já lançou em abril um programa com o mesmo objetivo, mostrando que há um forte alinhamento no governo sobre a urgência do tema. Isso aumenta imensamente as chances de que a proposta seja, de fato, aprovada em breve.
Nunca estivemos tão perto de decretar o fim da “fábrica de endividados” e de dar às próximas gerações a ferramenta mais poderosa de todas: o conhecimento para construir uma vida com mais liberdade, segurança e paz financeira.
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