Dirigente do MST insiste em permanecer em ocupação do Incra em SP

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupa desde a manhã de quarta-feira (23) a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em São Paulo. Esta ação faz parte da “Jornada Camponesa”, uma mobilização nacional que acontece em mais de 20 estados do país com o objetivo de pressionar o governo federal a avançar na reforma agrária.
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Delwek Matheus, da direção estadual do MST, explicou que essa semana é dedicada à luta dos trabalhadores rurais, especialmente este mês, que contém o Dia dos Trabalhadores Rurais. Ele mencionou que o movimento está mobilizado em diversos estados e que a intenção é permanecer em São Paulo até que o governo inicie negociações sobre a pauta da reforma agrária.
Na mesma quarta-feira, uma delegação do MST se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, em Brasília. A ausência do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, durante o encontro gerou críticas por parte do movimento.
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Matheus propôs que, a partir de quinta-feira (24), os representantes do MST possam se reunir com o ministro em São Paulo para discutir a pauta estadual e estabelecer metas concretas sobre a reforma. O movimento aponta a necessidade de assentar as famílias que estão acampadas no estado, considerando que essa é uma questão de eficácia e responsabilidade.
Ele destacou que discutir reforma agrária é também tratar de segurança alimentar, afirmando que a produção de alimentos saudáveis é essencial para atender às necessidades da população. O dirigente do MST acredita que, com o assentamento de novas famílias, é possível aumentar a oferta de alimentos e, consequentemente, melhorar os preços para o consumidor.
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Na próxima sexta-feira (25), o MST lançará uma carta em defesa da soberania nacional e de um projeto popular durante um ato em São Paulo. Matheus ressaltou que a soberania do povo é fundamental e a carta representa um compromisso do movimento com a autonomia do país. Esta mobilização surge como resposta à ameaça dos Estados Unidos de taxar produtos brasileiros em 50% a partir de agosto, e Matheus defende que as forças populares devem se unir para enfrentar esses desafios.
O MST busca não apenas reformas no campo, mas também a construção de uma unidade nacional em defesa da soberania do povo brasileiro.
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