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Uma curiosidade intrigante: a ciência explica os olhos dos asiáticos!

É comum ouvirmos comentários sobre o formato dos olhos de japoneses, chineses, coreanos e outros povos asiáticos. Muitas vezes, a aparência é simplificada como “olhos puxados” — mas a explicação real por trás dessa característica é bem mais complexa e fascinante. E a ciência já tem respostas claras para esse fenômeno anatômico.

O que poucas pessoas sabem é que a principal diferença não está no tamanho dos olhos, mas sim em uma camada de gordura presente sob a pálpebra.

Essa formação específica tem origem em adaptações evolutivas relacionadas ao clima extremo que os ancestrais dessas populações enfrentaram ao longo da história. Vamos entender como essa mudança anatômica aconteceu e por que ela continua presente até hoje.

Confira estas curiosidades sobre os olhos dos asiáticos

A proteção natural contra o frio: como surgiu essa característica

Segundo o professor Robin Dunbar, da Universidade de Oxford, muitos dos antepassados dos povos asiáticos viveram em regiões extremamente frias, como a Sibéria, antes de migrarem para as áreas mais temperadas da Ásia.

Nessas condições severas, o corpo humano precisou desenvolver formas de se proteger contra o vento gelado e as baixíssimas temperaturas.

Foi aí que a camada de gordura sob a pálpebra superior surgiu como um mecanismo natural de defesa. Essa estrutura faz com que a pele se projete levemente para frente, criando a dobra característica conhecida como “prega epicântica”.

Ao cobrir parcialmente o olho, essa adaptação ajudava a reduzir o impacto do frio e protegê-lo da neve e da luminosidade intensa das superfícies geladas.

Embora as gerações seguintes tenham migrado para regiões mais quentes, essa característica física permaneceu como herança genética de seus antecessores.

Tamanho dos olhos: o que realmente muda?

Apesar da impressão de que os olhos orientais são menores, na prática, o globo ocular tem praticamente o mesmo tamanho de outras populações — e, em alguns casos, pode até ser maior. O que muda é o formato, e não o volume do olho.

A prega epicântica cobre uma parte da pálpebra superior e cria essa ilusão de olhos menores. No entanto, o tamanho absoluto dos globos oculares continua semelhante ao de pessoas de outras etnias. É uma diferença visual puramente anatômica, que não interfere na capacidade de visão.

Essa variação de formato também existe em outros grupos ao redor do mundo, como entre alguns indígenas americanos e populações da região ártica, que compartilharam ambientes similares e, portanto, desenvolveram adaptações parecidas.

Luz, latitude e o tamanho dos olhos no mundo

O estudo de Robin Dunbar vai além da camada de gordura e também analisa como a luz influencia o tamanho real dos olhos entre as populações mundiais.

Em regiões próximas à Linha do Equador, onde há alta luminosidade, os olhos tendem a ser menores, pois não há necessidade de grandes estruturas oculares para captar luz.

Já em regiões próximas aos polos, onde a luz natural é escassa durante boa parte do ano, o organismo humano desenvolveu olhos maiores e retinas mais amplas para melhorar a captação da luz disponível. De acordo com o estudo, asiáticos e europeus que vivem nessas áreas podem apresentar olhos até 20% maiores do que populações tropicais.

É a prova de como o ambiente moldou até mesmo aspectos tão delicados quanto nossos olhos, com pequenas diferenças adaptativas que atravessam milhares de anos de evolução.

Adaptação cerebral: o cérebro também mudou com o ambiente

Além dos olhos, o próprio cérebro dessas populações também sofreu adaptações ao longo do tempo. Pessoas que vivem em regiões com pouca luminosidade desenvolveram áreas cerebrais específicas maiores, responsáveis pelo processamento de imagens em ambientes escuros.

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O estudo destaca, por exemplo, que habitantes da Escandinávia apresentaram os maiores cérebros analisados no quesito capacidade de adaptação visual.

Importante destacar que isso não tem relação com inteligência, mas sim com uma necessidade biológica de captar e interpretar melhor as informações visuais em ambientes de baixa luz.

Essa incrível combinação de adaptações mostra o quanto o corpo humano é moldado pelo ambiente ao longo de sua história evolutiva, deixando marcas visíveis até nos pequenos detalhes que observamos todos os dias.

Diego Marques

Tenho 23 anos e sou de Sobral (cidade onde foi comprovada a teoria da relatividade em 1919), atualmente, estou terminando a faculdade de enfermagem e trabalhando na redação de artigos, através das palavras, busco ajudar o máximo de usuários possíveis.

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