Depois de um mês pagando uma conta de luz salgada, com a temida bandeira vermelha pesando no orçamento, uma esperança tímida pairava no ar. A expectativa de todo brasileiro era que, com a chegada de julho, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciasse o fim do “castigo” e o retorno da bandeira verde, trazendo um alívio para o nosso bolso.
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Na tarde desta sexta-feira (27), a “corte” da Aneel se reuniu para julgar o destino da nossa conta de luz. A pauta era uma só: manter a “pena” da bandeira vermelha ou nos conceder a “liberdade” de uma tarifa mais barata.
Mas a esperança durou pouco. O martelo foi batido, e a sentença foi proferida. E ela não é nada boa para nós, consumidores.
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A Aneel decidiu que a “facada” está confirmada por mais um mês. A bandeira vermelha continua, e a culpa, segundo a agência, é de um “réu” que não podemos controlar: a falta de chuva.
O ‘crime’ da seca: por que os reservatórios vazios condenam sua conta?
Para entender a “sentença”, é preciso entender o “crime” que a natureza cometeu contra o nosso bolso. O Brasil depende, em sua grande maioria, de usinas hidrelétricas para gerar energia.
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Elas são a nossa fonte mais barata e limpa. Mas, para funcionarem, elas precisam que os reservatórios estejam cheios, ou seja, precisam de chuva.
Quando “São Pedro não colabora” e o volume de chuvas fica abaixo da média, como agora, o nível dos reservatórios cai.
Para evitar que o país sofra um apagão, o governo é obrigado a acionar um “comparsa” caro e poluente: as usinas termelétricas, que geram energia queimando combustíveis como gás e carvão. E o custo dessa operação de emergência é repassado para nós através do sistema de bandeiras.
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A ‘pena’ em reais: quanto você vai pagar a mais em julho?
O veredito da Aneel para o mês de julho foi a manutenção da Bandeira Vermelha – Patamar 1. Na prática, a “pena” que você vai pagar é um custo extra na sua conta de luz.
- O valor da pena: Um adicional de R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) que você consumir.
Para entender a gravidade, essa é a escala de “punições” do sistema:
- Bandeira Verde: Custo zero.
- Bandeira Amarela: Custo extra de R$ 1,88 a cada 100 kWh.
- Bandeira Vermelha 1: Custo extra de R$ 4,46 a cada 100 kWh. (Sua pena atual).
- Bandeira Vermelha 2: Custo extra de R$ 7,87 a cada 100 kWh. (A pena máxima).
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A ‘defesa’ do consumidor: como diminuir a pena e economizar energia
Com a sentença dada e o martelo batido, não há como recorrer. A única “defesa” possível para o consumidor é atacar o próprio consumo, para diminuir o tamanho da “facada” no fim do mês.
- Ataque o réu confesso: O maior vilão da sua conta é o chuveiro elétrico. Banhos mais curtos e com a chave na posição “verão” podem gerar uma economia de até 30%.
- Elimine os ‘vampiros’ de stand-by: Aquela luzinha vermelha da TV, do micro-ondas e de outros aparelhos consome energia o tempo todo. Tirar tudo da tomada quando não estiver em uso faz uma diferença real.
- Use a luz do sol: Abra as janelas durante o dia. A luz natural é a mais bonita e, o melhor de tudo, é de graça.
A conta de luz de julho virá, sim, mais cara. Mas o tamanho final do prejuízo no seu bolso ainda está nas suas mãos.
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