Conselho Popular sugere big tech pública no Brics; leia discurso de Stedile

Neste domingo (6), no Rio de Janeiro, João Pedro Stedile, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), fez uma fala importante diante dos líderes dos países que compõem o bloco Brics. Ele propôs a criação de uma grande plataforma tecnológica pública, voltada para atender às necessidades dos países em desenvolvimento, o que ajudaria a reduzir a dependência de empresas privadas que controlam dados e influenciam a política local.
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Stedile destacou a importância de se libertar da manipulação dessas grandes empresas, que não apenas alteram a ideologia, mas também interferem na luta política. Este momento foi histórico, pois marcou a primeira vez que representantes da sociedade civil puderam falar em uma reunião com chefes de Estado do bloco.
A proposta de Stedile é fruto do trabalho do Conselho Civil do Brics, que no Brasil é chamado de Conselho Popular. Esse conselho é composto por sete grupos que abordam temas como saúde, educação, meio ambiente, cultura, finanças, soberania digital e direitos. Mais de 120 organizações colaboraram para elaborar propostas que foram entregues aos líderes presentes.
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O Conselho Popular analisa que o mundo enfrenta uma grave crise de governança, especialmente sob a influência de potências ocidentais, o que coloca em risco as democracias e a soberania dos povos. Stedile afirmou que para enfrentar esses desafios, é necessário estabelecer novas formas de cooperação internacional.
Uma de suas sugestões prioridades é a superação do uso do dólar, com a criação de sistemas próprios de pagamento entre os países do Brics e a desdolarização das economias. Além disso, ele defendeu a tributação das grandes fortunas e a atuação contra capitais que se escondem em paraísos fiscais, para que os recursos possam ser direcionados a combater a pobreza e a desigualdade.
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Stedile apontou que a concentração de riqueza nas mãos de poucos precisa ser controlada. Segundo ele, é essencial que o sistema internacional intervenha para redirecionar os recursos de maneira mais justa.
Entre as propostas também está o incentivo ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), presidido por Dilma Rousseff, para que este financie diretamente projetos sociais desenvolvidos por organizações populares nos países membros do bloco.
Além disso, Stedile ressaltou a necessidade de manter a participação da sociedade civil nas próximas cúpulas e anunciou uma série de atividades futuras, como uma reunião com jovens na África do Sul em setembro, uma conferência em Salvador (BA) em outubro e um encontro em Moscou em novembro.
Ele também expressou apoio à entrada de novos países no Brics e fez apelos pela defesa do povo palestino, afirmando que é necessário agir contra a opressão e a guerra. Stedile concluiu seu discurso enfatizando a importância de ouvir a sociedade civil e de trabalhar juntos para enfrentar os desafios globais.
O discurso de João Pedro Stedile marca um momento relevante na inclusão de vozes populares nas discussões internacionais e na busca por soluções que promovam um mundo mais justo e equitativo.
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